O prefeito Chico Galindo foi convidado para fazer explanação sobre a criação da Agência de Regulação de Serviço de Água e Esgoto de Cuiabá e a possível concessão dos serviços de água e esgoto, ontem ,durante a reunião mensal de Diretoria do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt). O objetivo também foi apresentar às lideranças do setor industrial o Plano Municipal de Saneamento Básico do município. Galindo expôs a atual situação da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) e a proposta da concessão. Sobre o PMSB, o prefeito explicou que o município não tem condições financeiras de fazer os investimentos necessários na área de água e saneamento, que demandariam aproximadamente R$ 1,9 bilhões. "Hoje, Cuiabá tem apenas 28% do esgoto tratado e o abastecimento de água tratada não é suficiente para atender toda a população. Com a concessão, o objetivo é fazer com que em três anos seja feita a universalização da água e em 10 anos do esgoto", avaliou Galindo.
O prefeito ressaltou que o edital para a concessão dos serviços de água e esgoto, que será publicado provavelmente na próxima semana, irá prever que sejam garantidos os direitos trabalhistas de todos os servidores da Sanecap, que a concessionária pague a dívida de R$ 200 milhões da Companhia, que se destine R$ 100 milhões para serem investidos no programa Poeira Zero (pavimentação de 59 bairros da capital) e que seja mantido um valor social no preço da tarifa.
O presidente em exercício do Sistema Fiemt, Jandir Milan, externalizou apoio ao projeto de concessão, contudo foi enfático ao citar os atuais problemas da gestão pública. "Em 2008 tivemos muita promessa de campanha referente à ETA Tijucal (Estação de Tratamento de Água), à própria Sanecap, e hoje vivenciamos a triste realidade desses assuntos, que não condizem com o que foi exposto à população na época de eleição. Então, o que esperamos, realmente, é que se aprovada a concessão o cidadão tenha de fato esse serviço essencial de forma contínua e com qualidade", enfatizou.
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Em nome da classe empresarial, Milan também propôs ao prefeito uma readequação no cronograma de privatização. "A Prefeitura deveria, primeiro, destinar os R$ 340 milhões já aprovados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) I e II para melhorar os serviços à população e, posteriormente, fazer a concessão á iniciativa privada", pontuou. Segundo o presidente, após esses investimentos, naturalmente a Sanecap será mais atrativa aos investidores.
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Na ocasião, o presidente licenciado do Sistema Fiemt, Mauro Mendes, também expressou apoio à concessão, porém fez ressalva quanto ao tratamento dado ao assunto. "Sou favorável ao projeto, porém não concordo com a forma como foi conduzido o processo: aprovado muito rápido na Câmara, na ausência do prefeito. Esse fato deixa uma sensação estranha. Defendo que a concessão deveria ter sido discutida abertamente com a sociedade. Quero dizer prefeito, que sendo um processo conduzido com transparência, honestidade e competência, eu apoio", enfatizou Mendes.
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O prefeito de Colíder e também diretor do Sistema Fiemt, Celso Banazeski, foi convidado a dar depoimento sobre o sistema realizado no município, onde o serviço de água e esgoto é de responsabilidade de uma empresa concessionária. "Em sete anos como prefeito, nunca recebemos reclamação de falta de água na cidade. O serviço é universalizado. Já estamos com mais de 50% do esgoto tratado. Os municípios não têm condições de realizar este serviço sozinho da forma adequada. A concessão é o melhor caminho".
O prefeito esteve no encontro com acompanhado do presidente da Sanecap, Aray Fonseca, e dos secretários de Governo, Lamartine Godoy, e de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Dilemário Alencar. Além dos empresários industriais de todo o Estado, a reunião também contou com a presença do senador Pedro Taques.