Consumidores voltam a pagar mais caro pela carne bovina. Desde o mês passado, em alguns estabelecimentos de Cuiabá, a majoração nos preços chega a 26%, quando comparado com os valores praticados em março. Naquele mês, foi observada uma redução de 9,4% no preço médio da carne bovina comercializada no varejo, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em comparação com os valores vigentes para fevereiro.
Em relação a março de 2012, os preços estiveram até 9,8% inferiores. Para os analistas do instituto, a variação negativa observada nesse período foi decorrente da desoneração fiscal do governo sobre todos alimentos da cesta básica adotada como medida para conter a inflação e prorrogada no fim de abril por mais 60 dias e não do crescimento da demanda interna por carne bovina no varejo. Na comparação de abril com o mês de março, quando foi realizada a desoneração de tributos federais, o preço médio dos 13 cortes levantados pelo Imea ficou em R$ 15,45/kg, uma redução de 8,82% ante o preço de R$ 16,94/kg. Para os analistas do instituto de pesquisa, o movimento de crescimento do consumo interno poderia ser sentido a partir de agora, após o barateamento da carne.
Contudo, como afirma a proprietária de um açougue, Luciana da Silva Fortes, essa redução nos preços não se manteve. "Realmente em março eles estiveram mais baixos, mas por causa da Quaresma e da Semana Santa, que são períodos em que as pessoas consomem menos".
No mês de abril, ela voltou a pagar mais caro pela carne, fornecida por diferentes indústrias frigoríficas do Estado. "Nesta semana, eu paguei R$ 6,20 no quilo da carne que em março custava R$ 4,90", diz calculando um salto de 26,5%. Oscilações nos preços são ratificadas pela encarregada administrativa de um mercado, Samara Cássio Rodrigues. "Em março estava mais barato, mas em abril subiu". Para manter a clientela, a solução foi conter os preços durante 15 dias. "Mas agora atualizamos a tabela, aumentando 50 centavos em média, entre cortes de segunda e de primeira".
Responsável por uma churrascaria, Rafael Carlos assegura que não houve nenhuma desvalorização nos preços da carne bovina desde fevereiro. "Nós compramos direto do frigorífico e não teve redução". Encarregado de fazer as compras de supermercado para a família, o mecânico de máquinas gráficas Cosme de Oliveira, 58, relata que também notou uma majoração nos preços da carne bovina logo no início do mês passado. "Mas, nas promoções dos açougues eu consigo comprar até 10% mais barato".
Principais cortes de carne bovina consumidos por ele são o acém, paleta de lombo e costela. De acordo com o Imea, houve uma elevação nos preços dos cortes cárneos de atacado, principalmente do dianteiro, por causa do crescimento da demanda externa nos últimos 3 meses. Pecuaristas e atacadistas da cadeia também viram os preços se valorizar nesse período.