Com os avanços dos meios de consumo, o perfil do consumidor mudou. E ele passou ser chamado de neoconsumidor – aquele que surgiu com o advento dos canais digitais, que permitiram acesso global a marcas, produtos e lojas. Contudo, outras questões começaram a fazer parte das escolhas desses consumidores, as ligadas à sustentabilidade e ao consumo consciente.
Estudo da GS&MD – Gouvêa de Souza denomina esse novo perfil de metaconsumidor. Os pesquisadores identificaram que o metaconsumidor ainda está em seu estágio básico. Contudo, ele já traz mudanças na dinâmica do consumo, alterando as estruturas de negócios, produtos, canais e marcas. "Toda a cadeia produtiva e de consumo enfrentará estas mudanças. Assumir o pioneirismo pode significar o sucesso", afirmam os pesquisadores no estudo.
Para eles, o crescimento dos metaconsumidores se dará de forma vertiginosa. Saber quem eles são e o que querem, dessa forma, ajuda a entender essa nova dinâmica.
Para traçar esse perfil, a GS&MD ouviu 8.500 consumidores de 17 países do mundo (Canadá, Brasil, Portugal, França, Reino Unido, Austrália, Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Dinamarca, Espanha, China, México, Chile, Itália, Romênia e Turquia) em agosto deste ano.
Novas questões, um novo perfil
As principais mudanças que tornam os consumidores de hoje em metaconsumidores referem-se às questões da sustentabilidade, mesmo que elas ainda não sejam determinantes.
O estudo mostra que a sustentabilidade para os consumidores ainda se restringe à questão ambiental. Contudo, os brasileiros pagariam até 8% a mais para ter um produto sustentável, 44% adotam a sustentabilidade no dia a dia, 66% acreditam que faltam produtos nessa linha e 45% acreditam que sustentabilidade é consumir de maneira equilibrada.
No mundo, 40% dos novos consumidores compram de empresas social e ambientalmente corretas. Nesse quesito, as brasileiras lideram e 56% delas têm o mesmo comportamento. No sentido contrário, 36% dos consumidores consultados evitam comprar produtos de empresas que não agem de maneira socialmente responsável.
Os metaconsumidores também acreditam que as empresas devem passar informações sobre consumo sustentável: 41% têm expectativa de que as empresas eduquem os consumidores nesse sentido. No Brasil, essa expectativa é maior e atinge 70% dos consumidores da classe B2.
Para 27% do total de consumidores consultados, as propagandas de produtos que assumem ser sustentáveis são confiáveis. No Brasil, esse percentual sobe para 45%, considerando os consumidores da classe B2, enquanto no México atinge 47%. Os produtos com elementos reciclados são os preferidos de 32% dos metaconsumidores.
Apesar de todas essas preocupações, os consumidores reconhecem que o consumo excessivo ainda faz parte de suas realidades, atingindo 14% dos pesquisados. No Brasil, esse percentual sobe para 19% entre as mulheres.
Internet como fonte de informação
O novo consumidor, preocupado com as questões ambientais, busca informações sobre produtos sustentáveis. E 63% dessa busca concentra-se na internet. A TV, os jornais e as revistas são utilizados por 52%, 47% e 35% dos entrevistados, respectivamente. Já 28% consultam a família e os amigos quando querem informações dessa natureza. O mesmo percentual busca esse tipo de informação por meio de selos e certificados.
As lojas e as redes sociais são utilizadas por 24% e 18% dos novos consumidores, nesta ordem. Mas 13% afirmam que ainda não se preocupam com esse tipo de informação.