O Banco Central divulgou hoje (8) a ata da reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizou na semana passada, quando baixou a taxa básica de juros, Selic, de 14,75% para 14,25% ao ano. O documento ressalta que o colegiado de diretores do BC resolveu, naquela oportunidade, “dar continuidade ao processo de flexibilização da política monetária”, iniciado em setembro do ano passado, e vai acompanhar a evolução da economia, com vistas a definir “os próximos passos” a serem anunciados na reunião agendada para os dias 17 e 18 de outubro.
A ata do Copom lembra que “a menor distância”, hoje, entre a taxa básica de juros corrente e os juros de mercado que devem vigorar no médio prazo, “poderá demandar que a flexibilização adicional da política monetária seja conduzida com maior parcimônia”, ou seja, as reduções que vierem, de agora em diante, serão menores que o meio ponto percentual concedido na semana passada, surpreendendo a expectativa geral dos analistas de mercado, que previam queda de apenas 0,25 ponto percentual.
Depois de análises técnicas sobre os diversos segmentos da economia, os membros do Copom avaliaram a conveniência de reduzir a taxa Selic em linha com as expectativas do mercado. Mas, como destaca a ata da reunião, eles concluíram que, neste momento, uma redução de meio ponto “resultaria em maior adequação das condições monetárias correntes à melhora no cenário prospectivo para a inflação observada entre as reuniões de julho e agosto”.
O BC orienta suas decisões de política monetária de acordo com as projeções de inflação, como enfatiza a ata, e o Copom reconhece que embora tenha se reduzido a volatilidade recente nos mercados financeiros internacionais, algumas incertezas persistem, como os preços do petróleo que, apesar de terem recuado um pouco, continuam em um patamar 20% acima dos preços do final do ano passado.
Segundo a ata, nesse ambiente cabe à política monetária manter vigilância para evitar que incertezas de curto prazo se propaguem para horizontes mais longos.
Os dirigentes do BC enfatizam, porém, que de modo geral “o cenário externo permanece favorável”, particularmente no que se refere às perspectivas de financiamento da economia brasileira, e o cenário para a trajetória da inflação também “permanece benigno”, apesar da elevação das taxas de juros nas economias industrializadas e dos preços do petróleo em níveis altos.