O consumo de gás natural em Mato Grosso despencou 78,4% em 2009 na comparação com o ano anterior. Problemas na distribuição do produto boliviano para veículos, indústria e ao segmento de geração elétrica estadual fizeram com que a compra do gás reduzisse de 11,863 milhões de metros cúbicos (m3) para 2,559 milhões m3 nos últimos 2 anos. Os dados que foram divulgados nessa terça-feira (19) pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), apontam ainda que a redução mais significativa foi provocada no setor gerador de energia, cujo o consumo do gás diminuiu drasticamente entre 2008 e 2009, baixando de 6,638 milhões m3 para apenas 0,031 mil m3.
Já no segmento industrial, o uso do produto caiu de 2,3 milhões m3 para 508,67 mil m3, representando uma queda de 77,91%. O comércio do gás natural veicular, o GNV, também apresentou desempenho negativo. As vendas do produto nos postos de combustíveis do Estado diminuíram de 2,834 milhões m, para 2,051 milhões m3, queda de 27,6%.
Apesar da redução de consumo, o engenheiro Francisco Jamal Soares Almeida, da GNV/MT Distribuidora de Gás Natural, que é responsável pela compressão, distribuição e comercialização do gás natural em Mato Grosso, diz que ainda espera uma superação do comércio de gás no Estado. Segundo ele, os problemas que envolvem a distribuição do produto podem ser resolvidos, aumentando, consequentemente a venda do gás em Mato Grosso, tanto na área industrial, termelétrico e nos postos.
Por enquanto, Mato Grosso não tem consumo de gás. A termelétrica de Cuiabá, Usina Mário Covas, paralisada há 2 anos, aguarda um contrato com a Bolívia para receber o produto. Já a venda do gás nos postos e no setor industrial depende que o impasse entre as empresas que fazem o transporte do combustível, de Cuiabá à Bolívia, seja resolvido rapidamente. Nesse caso, um contrato firmado entre o governo e o grupo Empresa Pantanal Energia (EPE) deveria garantir o produto até o final desse mês. No entanto, o fornecimento não havia sido estabelecido até ontem. O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, prefere não comentar o assunto.
Brasil – O consumo de gás natural atingiu 36,5 milhões de m3 em dezembro, queda de 3,67% em relação ao mês de anterior e de 5,95% em relação ao ano anterior, conforme dados da Abegás. A maior redução de um ano ao outro – aconteceu no segmento termelétrico (85,92%) e contribuiu para esta queda acentuada. Desconsiderando-se o consumo desse setor, houve um aumento de 5 milhões de m3 no consumo de gás natural.
Esse aumento é explicado pela reação do segmento industrial, responsável por mais da metade do gás consumido no Brasil. Em dezembro de 2009, o consumo das indústrias ficou 22,86% acima da média registrada no mesmo período do ano anterior. Já o consumo dos setores comercial e de co-geração também cresceu: 5,22% e 60,25%, respectivamente. Em contrapartida, os números do volume comercializado pelos veículos e residências diminuíram.