Após mais uma alta na energia elétrica nesta semana, que resultou no acumulado dos primeiros quatros meses do ano em um aumento superior a 40% no custo do insumo para as indústrias no Estado, empresários e representantes do setor industrial de Cáceres e Cuiabá participaram do curso ‘como reduzir sua tarifa de energia elétrica’, conduzida pelo engenheiro eletricista e consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Fábio Dias.
De acordo com o consultor, a redução do montante de vendas é um dos indícios do impacto do custo da energia elétrica na competitividade das empresas no Estado. “Mato Grosso realmente tem a segunda energia mais cara do país, e o Brasil tem a terceira energia mais cara do mundo para o setor industrial. Então, isso vem afetando todos os setores de uma maneira geral”, disse. Para ele, o aumento do preço da energia tem forçado a população a fazer um racionamento para tentar reduzir os custos mensais.
“O impacto desses custos na competitividade das empresas é muito alto. Para conseguir minimizar isso, é importante o empresário entender a conta de energia elétrica, saber o que está pagando e, a partir de então, adotar medidas de eficiência energética”, destacou o consultor. Para isso, ele ressalta a necessidade de optar por iluminação eficiente, como lâmpadas de LED, fazer a adequada manutenção dos equipamentos e utilizar máquinas novas e eficientes.
Para o empresário Anderson Nakamoto, proprietário de uma construtora de estrutura metálica em Cáceres, os últimos aumentos da energia elétrica industrial oneraram ainda mais os custos de produção. “Utilizamos muita energia por conta da solda, e já sinto ‘na pele’ esses aumentos. Entender como é feita a fatura da nota contribui muito para entender e verificar se o que pagamos é de fato o que consumimos, além de ter me dado uma visão global sobre a conta. E isso ajuda a traçar alternativas”, afirmou Nakamoto.
Um aumento de R$ 9 mil na conta, após o início da cobrança pela bandeira vermelha e o reajuste da tarifa, motivou o analista de patrimônio de uma indústria do segmento da alimentação, Ari Monteiro da Cunha, a participar do curso em Cuiabá. “As informações repassadas pelo Fábio me ensinaram muito sobre diversos aspectos que eu não sabia. Eu rabisquei toda a minha conta durante o curso e enxerguei pontos importantes que não percebia. Um deles é que devemos reavaliar a demanda contratada pela empresa, só essa alteração já pode mudar muito o custo da conta. Quanto menor for, melhor será para nós”, avaliou.
Para o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias Químicas do Estado de Mato Grosso (Sindiquimi), Domingos Kennedy, o elevado nível técnico do consultor e do material do curso contribuiu diretamente para que o aprendizado dos participantes fosse pleno. “Entender e buscar alternativas para minimizar os impactos desses aumentos é essencial para nós, que atuamos aqui em Mato Grosso. Quem não participou do curso perdeu uma incrível oportunidade de adquirir um conhecimento relevante, que pode melhorar o desempenho da indústria”, disse, através da assessoria.