Três em cada quatro empresas da indústria da construção se queixam da falta de trabalhador qualificado. O problema aumenta conforme o porte das empresas. Entre as pequenas, 64% têm dificuldades para encontrar mão de obra capacitada. Entre as médias, o percentual sobe para 77%. Nas grandes, chega a 81%. Entre os entrevistados que confirmam a falta de trabalhadores qualificados, 94% dizem que é difícil encontrar pedreiros e serventes. Noventa e dois por cento relacionam os encarregados e mestres de obra. Os números são da Sondagem Especial – falta de trabalhador qualificado, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
De acordo com os empresários da construção, isso compromete principalmente a eficiência das empresas, a qualidade das obras, o cumprimento dos prazos e a redução do desperdício. Os resultados colocam o segmento em alerta, porque há dificuldade de encontrar trabalhadores com qualificação adequada mesmo diante da baixa atividade do setor.
Além disso, a comparação com pesquisa semelhante realizada com empresas das indústrias extrativa e de transformação mostra que a construção é o setor que mais se ressente da baixa qualidade da mão de obra. Entre as primeiras, 65% dos empresários dizem enfrentar esse tipo de problema. Na construção, sobe para 74%. "A construção passou um período longo, estagnada. Quando voltou a crescer, havia um déficit grande de trabalhadores", explica o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, responsável pela pesquisa.