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Consórcios ganham força em Mato Grosso

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Consórcio é uma opção para aquisição de bens que permite o pagamento parcelado, mas sem a incidência de juros. Possibilidade de comprar de uma forma mais barata, porém, pode ser uma armadilha na mão de pessoas mal intencionadas e empresas de faixada que vendem cotas em grupos que não existem. Antes de adquirir um consórcio é preciso tomar alguns cuidados para não sair no prejuízo. Recentemente uma empresa que se identificava como administradora de consórcio em Sinop (a 500 km de Cuiabá) fechou as portas e deixou os clientes na mão e sem explicações. Polícia Judiciária Civil no município está investigando para descobrir a identidade das pessoas que comercializavam as cotas.

Existem no segmento ferramentas capazes de eliminar, ou pelo menos minimizar, as chances de cair em um golpe ou sair no prejuízo. O gerente da Embracon em Mato Grosso, Josias Oliveira ressalta alguns pontos que merecem ser conferidos antes do pagamento de qualquer parcela ou assinatura de contrato. Como destaca, uma das principais informações para quem opta por um consórcio é saber que após a contemplação, não existe movimentação e transferência de valores em dinheiro para a compra do bem. Toda a operação é feita através de uma carta de crédito, ou seja, não se deve cair em falsas promessas de conseguir dinheiro. Isso quer dizer que, se foi adquirido um contrato para aquisição de uma casa de R$ 100 mil, ao ser contemplado o consorciado não receberá o valor, mas uma carta de crédito aceita pelo segmento para a compra do imóvel.

Gerente de desenvolvimento de negócios do Sicredi, Jaqueline Metzner aconselha que os clientes que se interessarem em comprar consórcios devem primeiramente checar a credibilidade, a solidez e segurança da empresa. "Isso pode ser analisado até mesmo pela estrutura física do local, pela marca e reconhecimento de outros clientes". Outros itens que podem ajudar também a dar mais confiabilidade é a verificação de taxas praticadas e se existe o fundo de reserva, que serve para suprir a falta caso algum participante do grupo fique inadimplente ou desista do negócio.

Fundo de reserva é pago no momento da contratação e depois, se não for preciso utilizá-lo, retorna para os integrantes do grupo. Segundo Jaqueline, o reembolso ainda é maior do que o valor pago no começo porque é aplicado durante o período e corrigido de acordo com os índices adotados. Supervisor de consórcios da Trescinco, Marlon Botelho Ferreira indica aos consumidores que primeiramente verifiquem no Banco Central se a empresa é credenciada como administradora apta a gerenciar grupos de consórcios. Segundo ele, por meio do próprio site do BCB é possível conferir esta informação. Além disso, é recomendável que pelo menos uma vez durante o trâmite de aquisição o comprador vá até a empresa e certifique se o vendedor pertence mesmo ao grupo.

Marlon Ferreira revela que já ocorreram casos de vendedores autônomos comercializarem consórcios como sendo de uma empresa e estes não serem. Quando o cliente vai reclamar, percebe que caiu em um golpe. "Existem os vendedores de porta em porta que vão a eventos e são importantes para primeiro contato. Mas é preciso certificar a procedência do profissional". Uma outra maneira de checar se o contrato é realmente vinculado a uma empresa séria é ver qual modelo de pagamento ela adota. "Trabalhamos somente com boleto, não tem como o pagamento ser desviado". Para evitar sustos depois, Jaqueline Metzner afirma que é preciso conhecer como são feitos os lances, até porque cada administradora adota o método que considera o melhor. "Às vezes o consumidor não confere isso e fica decepcionado. A retirada do bem pode ser por sorteio, por lance ou por lance fixo, por exemplo".

Alta no setor- Consórcios passam por um momento de crescimento nas vendas em todo o pais. Segundo dados da Embracon, uma das maiores operadoras do setor, o mês de fevereiro, em comparação com o mesmo período de 2011, apresentou crescimento de 15% na comercialização de todos os tipos de cotas. Os segmentos que mais cresceram foram o de automóveis com 52% e imóveis com 8%. De acordo com o gerente Josias Oliveira, em Cuiabá houve um crescimento de 47% nas vendas de fevereiro em comparação com janeiro deste ano.

O supervisor Marlon Botelho Ferreira, diz que há dois fatores que têm impulsionado o segmento. Um deles são as taxas de juros elevadas, que sempre foram um dos principais argumentos para a escolha do consórcio. Outro motivo é dificuldade para aquisição de crédito. Segundo ele, desde o ano passado o governo adotou medidas para conter o consumo e dificultou o acesso ao crédito. Assim, o consumidor que não tem dinheiro para dar de entrada na compra de um carro fica impedido e acaba optando pelo consórcio, uma vez que tem condições de pagar as parcelas. "Único empecilho que ainda existe para o consórcio é o imediatismo, ou seja, a necessidade de ter o bem ou serviço rapidamente. Porque se for analisar, é muito mais vantajoso do que o financiamento".

 

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