As companhias aéreas aceitaram hoje (21) conceder um pequeno aumento de ganho real, acima da inflação, para os trabalhadores do setor, que ameaçam deflagrar greve amanhã (22) nos aeroportos do país.
O Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) concordou em dar um aumento de 6,5% aos funcionários, além de manter o que já havia sido acordado, de ganho de 10% nos pisos salariais, nos tíquetes-alimentação e nas cestas básicas, além da criação de um novo piso salarial para operadores de transporte. Até terça-feira (20), o índice proposto era o de reposição da inflação, de 6,17%.
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, disse que o novo índice será apresentado aos trabalhadores em assembleias marcadas para amanhã (22), quando também será discutida a decisão tomada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), de obrigar a manutenção de 80% do efetivo nas vésperas do Natal e do Ano-Novo, sob pena de multa diária de R$ 100 mil aos sindicatos.
"Temos duas novidades a serem levadas para as assembleias amanhã. Uma delas é uma proposta diferente da colocada anteriormente. E a outra é a decisão do TST [Tribunal Superior do Trabalho], que nós não recebemos oficialmente ainda e sabemos apenas pela imprensa. Mas medida judicial não se discute, a gente cumpre. O nosso departamento jurídico vai analisar, sob os aspectos legais, e levaremos à assembleia".
Klafke ressaltou que os sindicatos sempre concordaram na manutenção de um mínimo de trabalhadores, mas disse que a medida do TST é um exagero. "Se levar em conta as pessoas que estão de férias ou afastadas por doença, vai ter 100% dos funcionários trabalhando".