Após diversas reuniões do setor florestal junto a deputados estaduais e o setor empresarial, foi aberta na Assembleia Legislativa a Câmara Setorial Temática que irá estudar e discutir com a sociedade, ações que desenvolvam a base econômica da indústria de briquetes no Mato Grosso. A abertura da câmara foi uma iniciativa dos deputados Dilmar Dal Bosco e José Riva. "Abrimos a câmara para conversar, discutir e ver o que podemos fazer em prol da questão. Buscamos sensibilizar o governador e a SEFAZ para que tire encargos, estimulando a produção de briquetes. Algo que vem na verdade, salvar o meio ambiente. Entre outras coisas, queremos a isenção do ICMS", afirmou Dal Bosco.
A primeira reunião aconteceu no dia 03 de março, tendo como pauta a "Biomassa com ênfase em briquetes".
O briquete é um tipo de biomassa, destinada a produção de energia, mas 100% natural, fabricado mecanicamente através da utilização de prensas. Atualmente os briquetes são feitos com resíduos de casca de arroz, lenha, serragem e pó de serra. Um dos grandes problemas enfrentados no estado é a competitividade junto a outras biomassas, que não tem incidência de impostos, como acontece com os briquetes.
Hoje, o setor de base florestal produz uma quantidade muito grande de resíduos, que poderiam ser utilizados para a produção de briquetes, mas não há incentivos fiscais ou ambientais por parte do governo do estado. Uma vantagem do briquete de resíduos de madeira é o seu potencial calorífico, que é de 4,000 kcal/kg, o da lenha chega a 2.500 kcal/kg.
José Guerreiro Júnior, um dos empresários que produz o briquete em Mato Grosso, demonstrou sua preocupação. "Queremos acabar com o problema do resíduo, mas de forma legal. Hoje não há condições de encaminhar o resíduo para a esmagadora, é inviável, deveria ter isenção para conseguirmos colocar o produto no mercado".
Atualmente apenas 04 empresas estão em funcionamento no Estado. Segundo os empresários, cerca de 80 a 100 empregos diretos são criados quando uma fábrica é instalada e, de duas a 4 mil toneladas por mês podem ser produzidas.
O diretor executivo do CIPEM, Álvaro Leite, foi convidado a apresentar números do setor de base florestal. Além de defender um diagnóstico dos resíduos de madeira no estado, ele propôs a criação do Programa de Aproveitamento de Resíduos – PAR. "Nós viemos participar da construção de uma proposta, visando à utilização do resíduo de madeira".
As reuniões da câmara deverão acontecer mensalmente. Nesta primeira, estiveram presentes representantes da AREFLORESTA, CIPEM, AMM, UFMT, SINDALCOOL e empresários do setor.