Ao custo de R$ 730,83, a cesta básica na capital do estado, além de apresentar recuo de 1,56% na variação semanal, atingiu um preço menor que o averiguado no mesmo período do ano passado, quando custava R$ 736,63. A variação negativa nominal de R$ 11,60 sobre a semana anterior foi puxada por sete dos 13 alimentos que compõem o mantimento, conforme levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT).
O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, destaca que é a primeira vez que o preço da cesta fica menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. “Este cenário mostra como os preços dos alimentos da cesta podem estar em estabilização, já que as variações se mostram menos voláteis, com um acumulado em outubro de 2023 abaixo de 1%”, informa ele.
Dentre os alimentos que apresentaram maiores variações, está o feijão, que apesar de registrar forte elevação no preço na semana passada, dessa vez mostrou variação de -16,34% nesta semana, fator que pode estar ligado ao aumento de oferta diante de regiões produtoras que passam a realizar suas colheitas neste período.
Conforme análise do IPF-MT, o recuo contribuiu para deixar o preço do item 10,73% mais barato que o observado na mesma semana de 2022, passando a custar em média R$ 7,03/kg. O mesmo acontece com o leite, que acumula a décima primeira semana em queda e, por isso, está 6,10% menor que na mesma semana do ano passado, passando de R$ 7,08/l para os atuais R$ 6,65/l.
Outro alimento em queda nesta semana – a segunda consecutiva – é o tomate, que apresentou recuo de 6,39% e de 8,89% no acumulado de duas semanas, atingindo, assim, o valor médio de R$ 7,37/kg. Para o IPF-MT, a intensificação da segunda parte da safra de inverno, aliada às temperaturas mais altas, faz com que a oferta do fruto se mostre em crescimento, o que contribui para a diminuição de preços.
Já a batata apresenta variação semanal de 2,93%, sendo seu terceiro aumento consecutivo, acumulando alta de 22,58% no período, passando de R$ 4,27/kg para R$ 5,23/kg. A elevação no preço, ocorre, justamente, pelo clima chuvoso observado nas regiões produtoras em períodos anteriores, o que impacta na oferta e, por consequência, nos preços observados nas gôndolas.
Apesar desse aumento, a batata mostra queda de 14,67% em relação ao mesmo período do ano passado, o que pode estar conectado à diminuição dos custos de produção, principalmente de fertilizantes que estiveram em queda até o segundo trimestre de 2023.
O superintendente da Fecomércio-MT, Igor Cunha, explica que “o acompanhamento da cesta básica é importante para entender as variações observadas nos alimentos, assim como no impacto dos gastos das famílias, que, diante dessas variações, ajuda a compreender as tendências de preços e do peso no consumo”.