A cesta básica de Cuiabá é a 10ª mais cara do país entre as 27 capitais, chegando a R$ 402,52 em maio. A lista apurada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) acompanha a variação de preço de 13 itens considerados essenciais para a alimentação dos brasileiros. No 5º mês do ano, o preço da cesta caiu 2,16% em relação a abril, influenciada, principalmente, pelo barateamento do tomate (-13,54%), óleo de soja (-6,21%) e arroz agulhinha (-4,22%).
Mesmo com a retração de 10 itens, a queda no valor total foi menor em virtude do avanço no preço de 3 itens: batata (5,84%), manteiga (2,25%) e café em pó (2,13%). Colhida no Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país, a produção de batata foi influenciada pelas chuvas, e a oferta controlada do produto fez com que o preço tivesse elevação em todas as cidades. Mesmo com o aumento, na variação anual a batata está 52,83% mais barata em Cuiabá, com o custo de R$ 18,48 (6 kg), menor que os R$ 39,18 (6 kg) de maio de 2016.
O economista Edisantos Amorim explica que a queda da inflação influenciou na redução de preço dos alimentos. “No geral, o preço vem caindo por conta da baixa na inflação. Isso acaba refletindo na cadeia de produção, afetando produtos como a batata e o tomate. O óleo de soja reduziu por causa do aumento da produção de soja, que tem safra recorde, que gerou aumento da oferta e reduziu o preço do produto e de seus derivados, como o óleo de soja”.
Por outro lado, a redução na produção de leite e o aumento do custo de produção deste alimento gerou reajuste no preço do produto e de seus derivados como a manteiga, segundo Amorim. O preço do leite integral reduziu 2,57% em relação a abril e a manteiga subiu 2,25%. Mas, na comparação com 2016, ambos estão mais caros, sendo a manteiga o item com maior aumento (47,73%) e o leite integral (11,14%) na 4ª posição.
Também apresentaram aumento no período o café em pó (18,93%), a banana (17,45%), o tomate (5,91%), o açúcar cristal ( 2,06%) e o pão francês (0,62%). Já as retrações ocorreram na batata (-52,83%), feijão carioca (-31,29%), óleo de soja (- 5,60%), farinha de trigo (- 4,24%), carne bovina de primeira (-0,75%) e arroz agulhinha (-0,31%).
Consumidores encontram alimentos mais baratos, mas é necessário pesquisar, segundo a faxineira Elaine Silva, 45. “Tem mercado onde o arroz está mais em conta, mas depende do supermercado e da marca. Geralmente eu compro em atacadista, onde o preço é menor. Alguns barateiam, mas outros vão lá em cima, como limpeza que subiu muito”.