Depois da crise de cimento, a interdição dos fornos de três cerâmicas de Rondonópolis tornou a oferta de tijolos mais escassa na cidade. Em muitas lojas de material de construção, falta o produto há semanas. Além disso, houve reajuste em até 10% no preço do milheiro. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) promoveu a interdição, no começo deste mês, visando preservar a saúde pública.
O diretor geral da Sema, Salvino Ferreira Farias, observou que há muito o órgão vinha cobrando e notificando as empresas que tiveram os fornos interditados a tomar providências, mas nada fizeram nesse período. Devido à fumaça e a fuligem prejudiciais à vizinhança, o diretor justificou que as cerâmicas não podem ficar mais em áreas residenciais.
Salvino informou que as cerâmicas com os fornos interditados devem se mudar para áreas que não causem transtornos. Uma cerâmica interditada fica na Vila Planalto, outra no Jardim Mato Grosso e outra no Jardim Liberdade. Esta última conseguiu uma liminar ontem garantindo a desinterdição do forno da unidade. Na cerâmica localizada na Vila Planalto, Salvino disse que a Sema apreendeu ainda 3 mil m³ de lenha clandestina.
Na esteira da medida ambiental, as empresas de materiais de construção que dependem dessas cerâmicas com fornos interditados estão sendo afetadas. As cerâmicas que não foram interditadas, por sua vez, não conseguiram atender toda a demanda da cidade e região. As lojas de materiais de construção que não tiveram desabastecimento repassaram à reportagem ter como fornecedor empresa localizada no distrito industrial.
O gerente Rosival Rodrigues Barreto, de uma empresa do setor de material de construção, informou que está sem tijolos há cerca de 15 dias. Ele justifica que teve o número de fornecedores reduzido e, por outro lado, a construção civil se apresenta em alta. Conforme o gerente, não compensa fazer pedido de outras cidades ou estados devido à perda de competitividade, pois podem incorrer no frete ou no ICMS.
Com a falta do produto há cerca de três semanas, o gerente de outra loja de material de construção Janio de Oliveira disse que, invariavelmente, o prejuízo acaba sendo grande para a empresa. Ele lembrou que há perda de vendas, pois é comum o cliente ir em busca de tijolos e, na falta, deixar de comprar os demais produtos necessários.
MUDANÇA
O secretário municipal de Meio Ambiente (Semma), Baltazar de Melo, disse que as cerâmicas localizadas no Jardim Liberdade e Vila Planalto já haviam recebido do Município um prazo para saírem das áreas residenciais até abril de 2009, oferecendo áreas específicas para a atividade no novo distrito industrial. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, no entanto, agiu com mais rigor.