Ceramistas, engenheiros civis, arquitetos, profissionais de construtoras e estudantes estiveram reunidos ontem e hoje, em Cuiabá, durante o 3º Encontro Mato-grossense da Indústria da Cerâmica Vermelha. Os profissionais do setor participaram de palestras e oficinas que abordaram assuntos sobre comportamento do bloco cerâmico estrutural; gargalos no processo produtivo da cerâmica vermelha; pavimento cerâmico; avaliação de conformidade e qualidade dos blocos cerâmicos.
Para o professor e pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Rodrigo Piernas Andolfato, a indústria da cerâmica vermelha precisa repensar seu processo produtivo, conhecendo melhor o produto que vende e o produto que o cliente quer comprar. “Para repensar seu processo produtivo a indústria cerâmica não precisa investir capital e mesmo assim no final desse processo acaba surgindo um novo produto de acordo com as necessidades do cliente”, afirmou.
De acordo com o professor do Senai-SP, Amando Alves de Oliveira, o principal problema da indústria cerâmica é a falta de controle do processo produtivo, gerando cerca de 30% em perdas. Oliveira também pontuou que a baixa produtividade desse setor industrial é causada pela falta de conhecimento técnico e conhecimento da matéria prima, falta de preparação de massa, inexistência de critérios técnicos na dosagem de resíduos, erros no processo de extrusão, ausência de conhecimento técnico na regulagem de boquilhas e erros no processo de secagem e queima. “Não adianta a empresa investir muito em aquisição de equipamentos modernos, se não há mão-de-obra qualificada para operar os mesmos”, ressaltou o professor.
Segundo o superintendente do Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial (Imeq-MT), Jair Durigon, um dos palestrantes do evento, o desafio do consumidor mato-grossense é comprar produto com qualidade certificada. “Mato Grosso tem uma das melhores argilas do Brasil com possibilidade de produzir as melhores cerâmicas do país. O que precisamos fazer é unir a linguagem entre governo federal, estadual, entidades representativas do setor, empresários e consumidores visando melhoria do produto e exigência da classificação de qualidade. O consumidor não pode visar apenas preço na hora de adquirir o produto, mas sim a qualidade do material, adquirindo dessa forma produtos certificados”, explicou o superintendente do Imeq.
De acordo com o Sindicato das Indústrias Cerâmicas para Construção do Estado de Mato Grosso (SICCEMT), atualmente existem 25 indústrias de cerâmica vermelha, gerando em torno de 800 empregos diretos. “Para a categoria é de fundamental importância eventos como este, pois viabiliza a disseminação de conhecimentos sobre o setor, como o trabalho de extração racional”, avaliou Ernani Oliveira Fonseca, vice-presidente do SICCEMT.