Trabalhadores oriundos de Portugal, do Reino Unido e da Espanha foram a maioria a desembarcar em solo mato-grossense no último ano. Mas, o movimento migratório com fins laborais perdeu força nos últimos 36 meses. Em 2014, 23 autorizações de trabalho foram concedidas para estrangeiros atuarem em Mato Grosso, pela Coordenação Geral de Imigração (CGI) e pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A entrada de profissionais estrangeiros no Estado no último ano foi 3 vezes menor que aquela observada em 2013, quando somou 76 trabalhadores de outros países, numa queda anual de 69%.
Naquele ano, a maior parte dos profissionais veio de Portugal, Alemanha e Colômbia. Já em comparação com 2013, quando chegaram a Mato Grosso 38 profissionais estrangeiros, a diminuição foi de 39%. Conforme consta no relatório ministerial divulgado nesta terça-feira (10), o ingresso de estrangeiros no Brasil é gerido por 3 pastas governamentais: o Ministério das Relações Exteriores (MRE), responsável pela emissão de diversos vistos, temporários ou permanentes, em caso de viagem, na condição de artista, desportista ou estudante; o Ministério da Justiça (MJ), responsável pela emissão de vistos nos consulados fora do país, para quem pretende se estabelecer no Brasil, bem como o MTE, com a incumbência de emitir as autorizações de trabalho para estrangeiros que desejam atuar no Brasil.
O balanço do trabalho estrangeiro no país mostra que em 2014 foram concedidas 51,751 mil autorizações para a atividade laboral de imigrantes no Brasil. Além disso, cerca de 10 mil foram autorizados diretamente nos consulados dos países de origem a ingressar no território brasileiro para atividades profissionais de curta duração. “Com a modernização da legislação e com os investimentos em tecnologia como o uso, por exemplo do certificado digital, houve redução de 24% no número de processos atendidos na CGI”, expôs o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. “Desburocratizamos o atendimento aos estrangeiros, com resultados significativos e vamos seguir com nosso projeto de modernização do MTE, que já adotou o processo eletrônico em outras duas secretarias”.
De acordo com o Ministério, os estados que registraram aumento relativo no contingente de imigrantes no trabalho formal foram Santa Catarina, que com taxa de 120,6% manteve a tendência de forte crescimento durante todo o período; Paraná (128,1%) e Rio Grande do Sul (85,79%). No Centro-Oeste aparecem Mato Grosso (154%) e Goiás (115,2%). No Nordeste o destaque ficou com o Ceará (95,8% de crescimento) e no Norte do Brasil foi Rondônia quem sobressaiu com crescimento de 75,5%.
INVESTIMENTOS – Com a freada no ingresso de trabalhadores imigrantes de outros países em Mato Grosso no último ano, os investimentos efetuados por eles diminuiu. Durante 2014, os investimentos efetuados por estrangeiros no Estado movimentou R$ 155,970 mil, sendo 69% abaixo do montante registrado em 2013, de R$ 514,639 mil, e também inferior (-51%) aos R$ 323,662 mil contabilizado em 2012. “Como não foram investimentos relacionados ao turismo e sim ao desembolso de trabalhadores estrangeiros, houve essa queda no último ano, já que a quantidade de profissionais que veio ao Estado também diminuiu nesse período”, comenta o economista Carlos Alberto Campos. Ele observa ainda que a desaceleração econômica de outros países, como o Japão e Portugal, também influencia nesse processo migratório para o Brasil, especialmente de brasileiros com dupla nacionalidade.