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Brasil terá padrão de vida ‘europeu’ em 2050, diz estudo

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Em 2050, a renda per capita no Brasil será equivalente à existente hoje na Europa, segundo um estudo sobre o futuro da economia dos países que compõem o grupo conhecido como BRIC (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China) divulgado em Londres.

“O Brasil não estará tão bem quanto a China e a Índia, mas é possível dizer que, com base na renda per capita, daqui a 45 anos, os brasileiros terão um padrão de vida equivalente ao existente hoje (2005) na Europa”, disse à BBC Brasil o autor das projeções, Peter Gutmann, analista da consultoria Experian Business Strategies.

Segundo o estudo, a renda per capita (cálculo do valor do PIB dividido pela população) no Brasil será de US$ 27,13 mil em 2050 (cerca de três vezes maior do que a medida atual), um valor apenas um pouco inferior à renda per capita na Europa (países que adotaram o euro) em 2005, que ficou em US$ 29,47 mil.

O autor reconhece que o cálculo da renda per capita serve apenas de parâmetro para a comparação já que fatores como a má distribuição de renda podem impedir que o crescimento da economia previsto beneficie a maior parte da população.

Estados Unidos
No quesito renda per capita, os Estados Unidos, incluídos nas projeções para servir de base para comparação, continuarão muito à frente da China que será, então, a maior economia do mundo.

De acordo com as previsões, a renda per capita americana terá subido de US$ 41,30 mil em 2005 para US$ 100,08 mil em 2050.

Nesse patamar, será cerca de 30% maior do que a da China e em torno de 350% maior do que a renda per capita no Brasil. A renda per capita na Índia ficará em US$ 36,21 mil e na China, em US$ 74,40.

Segundo Gutmann, o maior risco para que as previsões se tornem realidade está na dúvida sobre se os recursos do planeta darão conta da maior demanda por tanto tempo.

“Mudança climática, devastação de grandes áreas e esgotamento de recursos naturais já estão ocorrendo. O risco é que os recursos, simplesmente, não consigam sustentar o crescimento projetado”, disse Gutmann.

Poder de compra
O estudo feito pela Experian Business Strategies e divulgado pela consultoria Grant Thornton International calcula o valor do Produto Interno Bruto dos quatro países e também dos EUA com base na PPC (Paridade do Poder de Compra ou ou Purchase Power Parity, em inglês).

Com isso, a base de 2005 considera o PIB brasileiro em US$ 1,53 trilhão, o da Rússia em US$ 1,58 trilhão, o da Índia em US$ 3,66 trilhões e o da China em US$ 8,88 trilhões.

Segundo as projeções, o Brasil crescerá, em média, 3,5% ao ano até 2050, quando a economia brasileira valerá US$ 7,22 trilhões, ou seja, será quase cinco vezes maior do que foi em 2005, medida com base na PPC.

O estudo segue o caminho aberto pela Goldman & Sachs que, em 2003, cunhou a sigla BRIC prevendo que os quatro países seriam superpotências em 2050.

Otimismo Outro capítulo do relatório, que fala sobre otimismo nos BRICs, diz que o empresariado brasileiro é o mais pessimista entre os emergentes que compõem o grupo.

A Índia está no topo da lista que elenca 32 países de acordo com o percentual de empresários que se declararam otimistas para os próximos 12 meses. Segundo a pesquisa, que ouviu 7,2 mil empresários, 97% dos indianos estão otimistas.

No Brasil, 47% se declararam otimistas, na Rússia, 57%, e na China, 86%. A média global foi de 45%. Segundo a pesquisa, dificuldades para se conseguir empréstimos, escassez de financiamento de longo prazo e pessimismo com as exportações ajudam a explicar o resultado do Brasil.

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