O ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, garantiu hoje, a manutenção do abastecimento de gás natural ao Brasil e à Argentina, seus dois principais mercados de exportação, mesmo depois da retomada do controle acionário pelo governo de quatro empresas petrolíferas, anunciadas ontem pelo presidente Evo Morales.
“Garantimos o abastecimento externo e interno, porque a decisão de tomar o controle das companhias petrolíferas é uma decisão planejada”, disse Villegas, segundo informações da agência de notícias argentina Telam.
Villegas também assegurou que não haverá “interrupção nenhuma”, uma vez que a nacionalização é parte de “políticas globais que respondem à política estratégica para hidrocarbonetos”.
Ontem, o presidente boliviano, Evo Morales, tornou, por decreto, o governo acionista majoritário de três petrolíferas, capitalizadas há uma década: Chaco (operada pela Pan American Energy, associada à British Petroleum), Transredes (do fundo britânico Ashmore e do grupo Shell), e a Companhia de Logística de Hidrocarbonetos (de capital alemão e peruano).
Também por decreto, mas por meio de um acordo com a Repsol, o governo boliviano obteve 51% das ações da empresa Andina, filial da hispano-argentina Repsol-YPF.
As empresas petrolíferas ainda não se pronunciaram oficialmente, depois da nacionalização decretada por Evo Morales. Hoje a Bolívia é o segundo país em reservas de gás natural (atrás da Venezuela), com cerca de 1,36 bilhões de metros cúbicos de gás em reservas já provadas e reservas estimadas. O país produz uma média de 40 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Desses, 30 milhões são exportados para o Brasil e o restante é repartido entre a Argentina e o consumo interno boliviano.