Os agricultores e caminhoneiros do Nortão, Sul, Araguaia e outras regiões em Mato Grosso intensificam os protestos nas rodovias federais e estaduais hoje. Desde ontem, não passam cargas de madeira, combustível, gás e produtos não parecíveis. Mas, a partir de amanhã, os organizadores do manifesto em Lucas do Rio Verde, não vão permitir o tráfego de cargas vivas e podem até bloquear a passagem de cargas perecíveis (comida, frutas, verduras, dentre outros).
Coordenadores do “Grito do Ipiranga” de todo o Estado devem se reunir hoje à tarde com o governador Blairo Maggi, para apresentar as reivindicações e pedir apoio ao protesto. “É um momento crítico e nós vamos pedir novamente o apoio e a posição do Estado”, disse um dos organizadores. Os produtores vão reivindicar redução no ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
São mais de 25 municípios em Mato Grosso ( Estado campeão de soja) que aderiram ao manifesto. A Aprosoja, Associação dos Produtores de Soja, calcula em 10 mil produtores que aderiram ao protesto, iniciado semana passada.
Em todo o país, são 8 Estados que protestam contra a política econômica e agrícola do governo que derrubou a preços ínfimos a soja, arroz, milho e algodão. Mato Grosso do Sul, Rondônia, Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás e Minas Gerais fortalecem o movimento e, conforme Só Notícias antecipou, farão no próximo dia 16, em Brasília, o Tratoraço 2 (ano passado foram 25 mil produtores em Brasília que cobraram medidas para resolver probelmas no campo). A principal cobrança agora é com o câmbio que diminui, dia-a-dia, a cotação dos produtos agrícolas. A coordenação do protesto dos agricultores faz comparativos dos prejuízos: a saca de soja custa R$ 29,60 para ser produzida e, com a queda no dólar, é vendida hoje a R$ 14,00; A saca de arroz custa R$ 29,30 e está sendo vendida a R$ 10,00; A saca de milho custa R$ 15 para ser produzida e a cotação hoje é de R$ 6,00, por exemplo, o dólar fechou a R$ 2,06, menor cotação dos últimos 5 anos.
As prefeituras de Mato Grosso ficarão fechadas, por 3 dias, em solidariedade aos agricultores e caminhoneiros, considerando que a crise no campo tem aumentando os problemas na cidade.
No Nortão, os bloqueios continuam em Sinop, Sorriso, Lucas e Nova Mutum.
Em, Sorriso os caminhoneiros implantaram um novo bloqueio cerca de 5 km de onde os produtores rurais estão, sentido Cuiabá. Apenas passam carros e ambulâncias. Todos os caminhões, exceto aqueles que transportam cargas vivas ou perecíveis, estão sendo impedidos de trafegar.
Segundo um dos coordenadores do movimento dos agricultores, até agora não foi registrado conflito. “A maioria das transportadoras nem está carregando caminhões com cargas agrícolas porque sabe que não vai passar”.
A Polícia Rodoviária Federal está com uma equipe no local do bloqueio dos caminhoneiros e informou ao Só Notícias que até agroa hão houve conflitos, mas “tem motorista que está retido sem poder trafegar há 10 dias e com isso a tensão está aumentando”.
Na divisa de Mato Grosso com Rondônia, os protestos prosseguem. As BR-174 e BR-364 fechadas há 8 dias hoje, nos municipios de Sapezal, Campos de Julio e Comodoro e foram fechadas ontem em Vilhena – RO e Pimenta Bueno – RO. Ontem a Justiçca determinou o desbloqueio e foi cumprido duas vezes consecutivas em Comodoro e Campos de Julio. Imediatamente apos a saída da força policial, os agricultores bloquearam novamente a rodovia. Em Comodoro a retamoda do bloqueio está prevista para hoje.
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