Hoje em São Paulo, ocorre uma importante rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários (CNB) e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que pode gerar a deliberação de um indicativo de greve ainda esta semana em Mato Grosso.
Até o momento houve três reuniões em que a CNB reivindicou o reajuste de 11,77% para a categoria, porém nas quais os banqueiros nem sequer acenaram com contraproposta.
Amanhã (quarta, 21), às 18h, os bancários de Mato Grosso devem avaliar o resultado da negociação entre CNB e Fenaban no auditório do sindicato da categoria, em Cuiabá.
“Nós faremos uma análise da nossa Campanha Salarial 2005 independente do resultado da reunião nacional. E poderemos inclusive deliberar pelo indicativo de greve, caso os banqueiros mantenham a intransigência em não negociar”, disse Eduardo Alencar, presidente do Sindicato dos Bancários do Estado de Mato Grosso.
O setor de bancos é o que mais vem tendo lucros nos últimos anos quanto às empresas de capital aberto, e isto se deve à competência e planejamento de ações dos bancários. No entanto, os banqueiros não estão partilhando a rentabilidade com os funcionários.
Em 2004, o setor superou a marca dos 20%. O Banco do Brasil, por exemplo, nos seis primeiros meses de 2005, já obteve lucros 39% maiores que o conseguido no mesmo período do ano passado. Assim como o Itaú atingiu 35% a mais de rentabilidade no primeiro semestre deste ano em relação a 2004.
“Os bancos estão aumentando muitos seus lucros com o trabalho dos bancários, mas insistem em não negociar com a categoria, muito menos atendem nossas reivindicações, o que atrapalha o processo de evolução da campanha salarial de 2005”, explicou o secretário de Imprensa do Sindicato, Arilson Silva.
As paralisações nas agências bancárias estão acontecendo diariamente em todo o país, e nem assim os banqueiros têm se mostrado dispostos a iniciar um diálogo que esteja de acordo com as reivindicações dos bancários. “Eles preferem não atender a categoria e prejudicar a população com a greve”, afirmou o presidente.