Bancários decidiram fazer greve por tempo indeterminado durante uma assembléia da categoria realizada na Praça Alencastro, ontem. Mais de 300 funcionários dos bancos de Cuiabá foram ao local e a decisão sobre a paralisação foi decidida pela maioria. As agências bancárias já estão com faixas e cartazes que indicam a paralisação.Os caixas eletrônicos vão funcionar normalmente hoje, mas pode haver problema no abastecimento das máquinas caso a paralisação seja longa.
Os atendimentos realizados no interior das agências estão suspensos, até o fim das negociações. Na terça-feira (30), os trabalhadores fizeram uma paralisação de 24h e agora unem-se com os profissionais do Pará, Amapá, Bahia e Brasília, que já estão paralisados. As assembléias aconteceram de maneira simultânea em todas as regiões do país.
O presidente do Sindicato dos Bancários e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Seeb) em Mato Grosso, Arilson Silva, disse que o motivo da greve é a falta entendimento entre empresários e funcionários sobre o acordo trabalhista que deveria ser encerrado em 31 de setembro. A proposta apresentada pelos empresários não foi aceita pela categoria e deu origem a greve.
Os trabalhadores reivindicam o aumento de 13,28%, sendo só 5% de aumento real ao salário. O restante são perdas inflacionárias do período. Arilson conta que depois de 6 rodadas de negociação, a porcentagem máxima proposta pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foi 7,5%. O valor, conforme o presidente da entidade, não cobre nem sequer as perdas inflacionárias.
Outra divergência entre banqueiros e funcionários são as perdas de privilégios já conquistados pela categoria com a estabilidade pré-aposentadoria.
Arilson explica que as mulheres, que trabalham há mais de 28 anos no setor, e os homens, com 32 anos de serviços prestados, não podem ser demitidos. A estabilidade serve para garantir a aposentadoria do funcionário. “O direito é para garantir que o bancário não será descartado pela empresa”.
A participação nos lucros da empresa também estão na pauta que será negociada. Alguns bancos querem reduzir a porcentagem. “A proposta é incoerente porque os banqueiros tiveram ótimos ganhos em 2007”.
Os banqueiros também querem reduzir o valor pago em passagens de ônibus para os trabalhadores. Atualmente, o valor é calculado a partir da remuneração total e a proposta que seja calculado pelo salário base. A mudança no calculo vai prejudicar grande parte dos funcionários do setor e reduzir os custos dos banqueiros.
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