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Avanço do biocombustível brasileiro depende de ajustes, diz especialista

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A produção de biocombustíveis pode render resultados econômicos positivos sem precedentes para o Brasil caso cresça acompanhada de adequações tributárias e da adoção de um planejamento unificado de políticas de incentivo.

A análise foi feita em entrevista à Agência Brasil por Roberto Rodrigues, reconhecido como um dos maiores especialistas nacionais do setor: é coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV), presidente do Conselho do Agronegócio da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e membro da Comissão Interamericana de Etanol.

Segundo Rodrigues, alguns estados brasileiros têm alíquotas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) altíssimas, que inibem o crescimento do consumo de etanol. Externamente, o problema é a inexistência de um mercado consolidado de etanol. A solução seria a ampliação da produção do produto em outros países.

“Ninguém vai substituir o petróleo se um único país estiver produzindo de forma maciça. O Brasil deve vender tecnologia e conhecimento para outros países. E os países consumidores devem criar regras legais que determinem a mistura compulsória do etanol na gasolina.”

Ao lembrar que não se constrói mercado a partir do voluntarismo, Rodrigues critica a falta de consenso de autoridades brasileiras sobre o tema. “Temos que ter modelo distributivo de renda, atento às questões ambientais e logísticas. Há um conjunto enorme de decisões que passam por diversos organismos ministeriais que não conversam entre si”, afirmou.

Se o Brasil conseguir superar os entraves, o membro da Comissão Interamericana de Etanol garante que o “horizonte para o biocombustível é positivo”. Ele lembra que organismos internacionais de energia calculam para os próximos 30 anos um crescimento da demanda mundial por combustíveis líquidos de 55%, com oferta de petróleo inversamente proporcional. Prognóstico que faz do etanol e do biodiesel opções naturais.

Rodrigues não se arrisca a dizer que árvores não serão arrancadas no Brasil para plantação de cana, mas também não crê que a expansão da cultura se torne uma ameaça para a Amazônia, em virtude de uma preferência lógica pelas áreas de pastagens.
“É muito mais barato e mais fácil. Avançar na floresta, onde não existe logística de escoamento, é perda de dinheiro.”

A produção de cana em áreas já desmatadas da Amazônia merece, segundo ele, ser melhor estudada, ainda que seja voltada para atender apenas a demanda de insumos e suprimentos dos 20 milhões de habitantes da região.

Os possíveis riscos de a expansão da cana interferir na produção de alimentos do Brasil são descartados por Rodrigues. “Dos 62 milhões de hectares agricultados do Brasil, 5% são cultivados com cana-de-açúcar. Temos potencial de 90 milhões de hectares atualmente ocupados por pastagens, aptos a culturas agrícolas. Desses, 22 milhões tem condições de produzir cana, o que permitiria ampliar 7 vezes a área atual cultivada. Em 15 anos, podemos produzir o dobro de cana por hectare, multiplicando por quinze a produção anual de etanol do Brasil, que chegaria a 300 bilhões de litros ao ano. Sobraria ainda 68 milhões de hectares para alimentos.”

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