A procura por novas fontes de energia contribuirá para que o Brasil duplique a produção de álcool nos próximos dez anos. De acordo com o relatório Projeções do Agronegócio: Mundial e Brasil, apresentado nesta semana pelo Ministério da Agricultura, tanto no mercado interno quanto no exterior, as perspectivas são de crescimento acelerado.
Segundo o relatório, a produção saltará dos 17,2 bilhões de litros neste ano para 38,6 bilhões de litros em 2017, o que representa aumento de 123,8%. No entendimento dos técnicos do ministério, o aumento na frota de veículos flex (movidos a gasolina e a álcool) sustentará o crescimento do biocombustível no Brasil.
Para 2010, a Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura projeta vendas de automóveis flex de 1 milhão de veículos, mais que o dobro em relação aos veículos movidos a gasolina, que deverão ter 467 mil unidades comercializadas. “Essa expansão do setor automobilístico e o uso crescente dos carros flex é atualmente o principal fator responsável pelo crescimento da produção de etanol no Brasil”, afirma o relatório.
As projeções apontam que as exportações de álcool não chegarão a ultrapassar a demanda interna. No entanto, as vendas de etanol para o exterior mais que triplicarão, indo de 3 bilhões exportados na última safra para 10,3 bilhões de litros em 2017, o que representa acréscimo de 236,7%. No mesmo período, o consumo no Brasil subirá de 14,2 bilhões para 28,39 bilhões de litros.
Na estimativa do ministério, o país será, ao lado dos Estados Unidos, o maior produtor de etanol. No entanto, o relatório destaca que os americanos extraem esse produto do milho, enquanto no Brasil o biocombustível é obtido da cana-de-açúcar.
Em relação ao açúcar, o relatório prevê que o Brasil permanecerá como líder mundial em exportação. A fatia nas vendas internacionais deve crescer de 52,1% na última safra para 55,5% daqui a dez anos, sendo que o volume exportado aumentará 21%, de 18,3 milhões para 22,2 milhões de toneladas.