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Aumento da Selic não deve afetar custos de crédito para o consumidor, diz especialista

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O efeito do aumento da taxa básica de juros, a Selic, no custo do crédito pode não ser repassado para os consumidores. A avaliação é do diretor executivo e coordenador de estudos econômicos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira.

Ontem (17), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou o aumento da Selic em 0,25 ponto percentual para 7,5% ao ano. A Selic serve de referência para as demais taxas de juros do mercado.

De acordo com os cálculos da Anefac, a alta da Selic pode provocar aumento de 0,02 ponto percentual em taxas de juros de operações de crédito. No caso dos empréstimos oferecidos no comércio, a taxa de 4% passaria para 4,02%, ao mês. "Seriam centavos a mais em uma prestação", disse Oliveira.

Entretanto, o diretor da Anefac não acredita que esse aumento será repassado pelas instituições financeiras aos clientes porque as taxas de juros, apesar de terem passado por processo de redução recentemente, ainda são altas.

Além disso, ele citou que a inadimplência, responsável por quase 30% das taxas de juros, tende a cair com a melhora no desempenho da economia este ano em relação a 2012, quando cresceu 0,9%. Para este ano, a previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia está em 3%, o que deve levar a geração de mais emprego e renda. Com isso, a inadimplência cede.

Outro fator citado pelo diretor da Anefac é que a maior competição entre as instituições financeiras também contribui para que não haja aumento de juros para os consumidores.

Entretanto, de acordo com Oliveira, sucessivas altas da Selic poderão fazer com que haja repasse para os consumidores, apesar de não haver expectativa por crescimento significativo do custo do crédito. A Anefac espera por mais três elevações de 0,25 ponto percentual na Selic este ano. No caso do exemplo do crédito do comércio, a taxa de juros subiria para 4,08% ao mês. "Não muda muito. Quando tínhamos a Selic de dois dígitos, o impacto era maior", disse Oliveira.

A taxa Selic começou um processo de redução em 2011. Os juros básicos começaram a cair na reunião do final de agosto de 2011 – quando reduziram de 12,5% para 12% ao ano – e mantiveram a trajetória de queda até outubro do ano passado, quando passaram de 7,5% para 7,25% ao ano. Nas três reuniões seguintes – em novembro de 2012, janeiro e março deste ano – o Copom optou por manter a taxa básica de juros em 7,25% ao ano. Na última reunião, terminada ontem, o Copom aumentou a Selic para 7,5%.

 

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