A participação dos investidores pessoas físicas no mercado de capitais brasileiro subiu de 9,7% em 1994 para 24,6% no ano passado. Neste ano, até o dia 6 de novembro, considerando o volume de compra e venda de ações negociado diariamente na Bolsa de Valores de São Paulo, observa-se que a participação desse público alcança 23,1% do total.
Dados de outubro divulgados pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) revelam que 310.625 investidores individuais aplicaram em ações, totalizando R$ 84,59 bilhões. Grande parte dos investidores individuais estão em São Paulo (48,22% do total), e Rio de Janeiro (27,48%).
Os homens são maioria (77,94%) entre os aplicadores, contra apenas 22,06% de mulheres. A tendência, porém, é de elevação da presença feminina no mercado de capitais. Em 2002, a participação das mulheres era de apenas 17,63%.
Uma dessas investidoras é a jornalista Maira de Figueiredo Cunha da Costa, que há dois anos decidiu arriscar um “dinheirinho” no fundo de ações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O fundo de investimento Papéis Índice Brasil Bovespa-50 (PIBB) é constituído por 50 ações das empresas mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Sua primeira versão foi lançada em 2004 e a segunda, em 2005.
O fundo era negociado em aplicações de no mínimo R$ 300,00 para pessoas físicas. Esses investidores também tinham a garantia de recompra pelo BNDES após um ano da aplicação, para desembolsos de até R$ 25 mil. Maira da Costa considera a experiência “maravilhosa”, porque lhe rendeu uma valorização de mais de 70% no preço das ações compradas. “Queria ter investido mais”.
A expectativa de um lançamento futuro de um novo PIBB pelo BNDES deixa Maira da Costa entusiasmada. “Eu entro com o máximo que eles deixarem e o máximo que eu puder. E eu sou pequeno investidor. Não tenho muito dinheiro para investir, mas estaria disposta até a assumir um risco maior e sair das posições mais conservadoras, se tiver um novo fundo”, comentou.