Com a crise econômica, muitas pessoas foram demitidas, aumentando cada vez mais as filas de procuras por empregos. Tangará da Serra teve aumento de demissões em todos os setores entrevistados, fazendo com que aumentasse ainda mais o índice de desemprego. Uma prova concreta disto é a enorme procura por concursos públicos.
De acordo com Jorge Paulo Teixeira, administrador de uma agência de empregos, “em 2004 as empresas procuraram bastante os nossos serviços para contratar pessoas para trabalhar, já em 2005, a procura por contratações foi muito fraca, fazendo com que muitas pessoas não conseguissem entrar no mercado de trabalho”. Lembrou ainda que para o jovem, em busca do primeiro emprego, é ainda mais difícil, devido à falta de qualificação e de experiência. As empresas têm preferência por pessoas com experiência, acima de 18 anos, com 2° grau completo e cursos de informática. Para Jorge “este ano está fraco no setor de contratações, ano passado foi péssimo, tudo em comparação a 2004 que foi muito bom”.
Segundo Valdemar Manrich, presidente do Sindicato dos Comerciários, “em 2004 foram registradas 1.066 demissões, já no ano de 2005 houve um aumento de 13,04% no número de pessoas demitidas, com um índice de 100 rescisões mensais. Os meses com maior número de demissões foram julho e dezembro”. Esses índices são referentes às pessoas que são demitidas, estando registradas há mais de noves meses, havendo, sem dúvida, um número muito maior de pessoas demitidas, referente às pessoas que trabalham através de contrato, registradas com menos de nove meses ou que não possuem nenhum tipo de contrato.
O aumento das demissões, segundo Valdemar, aconteceu devido à crise na agropecuária, que também reflete na carga tributária brasileira. Ressalta ainda que “sem dúvida alguma por ser um ano eleitoral teremos permanência das pessoas empregadas”.
De acordo com Veríssimo Pereira dos Santos, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores de Empresa de Transporte, em 2005 aconteceram 25 demissões na área de transportes rodoviários, sofrendo um aumento de 2%, mas somente as pessoas que já trabalhavam com carteira assinada há mais de um ano, explicou que essas demissões aconteceram devido ao aumento do petróleo, que ocasionou redução nos fretes.
José Joaquim Camilo, tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, afirmou que “houveram 339 homologações de pessoas demitidas que trabalhavam com carteira assinada há mais de um ano, tendo em média 20% de aumento, comparado a 2004, sem contar as pessoas que trabalharam e não tinham sua carteira assinada, que aumentaria o índice”.
Existe, segundo José, “a expectativa de aumento de oportunidade de empregos, para esse ano, mas, para que isso ocorra, o governo deve olhar mais para agricultura e pecuária, pois se a agricultura andar bem, irá melhorar de forma geral”.
Sandro Ferreira, desempregado, afirma que “hoje em dia a situação está muito difícil”. A reclamação é geral quanto à desvalorização da mão de obra.