Consumo de gás natural pelas indústrias mato-grossenses em novembro foi 232% maior que o registrado durante todo o ano passado. Nos 12 meses de 2011, o volume utilizado por uma única empresa foi de 52,4 mil metros cúbicos (m3), enquanto que, no mês passado, a demanda de 4 indústrias saltou para 174 mil (m3). De acordo com levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), no Estado, o consumo total de gás expandiu 32% nos 11 primeiros meses de 2012, quando o volume chegou a 2,493 milhões (m3), contra a demanda de 1,888 milhão (m3) no mesmo período de 2011. Mesmo antes do encerramento do ano, o consumo já é 17,7% maior do que o registrado em 2011, que fechou em 2,117 milhões (m3).
Crescimento que deve ser mantido com a ajuda do setor industrial, com a possível inclusão de 28 empresas de Cuiabá e Rondonópolis na lista de consumidores do gás natural. Enge- nheiro responsável da GNC Brasil, Francisco Jammal Almeida, explica que todas estão em fase estudo de viabilidade. Dentre elas, uma indústria de reciclagem de alumínio que, segundo Jammal, estava parada porque era mais barato enviar o material para ser fundido em São Paulo do que realizar o procedimento aqui. "Pessoas achavam que era sopara carros. Agora ficou mais fácil porque já tem empresas utilizando". A partir de janeiro, depois de passar pelo período de implantação, a indústria de móveis Milan passará a funcionar com gás, o que deve reduzir em dois terços o valor gasto atualmente com energia elétrica, afirma o proprietário e atual presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan. "Vale a pena mesmo que transportando o gás até Rondonópolis (por exemplo), onde existe interesse". Além disso, conforme ele, o retono do investimento na adaptação dos equipamentos ocorre em menos de 6 meses com a economia na conta de energia.
GNV – Até maio deste ano, 8 postos de combustíveis vendiam gás natural veicular no Estado. Número reduziu para 6 estabelecimentos em junho, motivado pela baixa demanda nas revendas, reconhece o engenheiro da GNC Brasil. Apesar da redução no número de postos, o consumo cresceu 14,8%, no comparativo entre janeiro e novembro de 2012 e 2011, saltando de 1,864 milhão (m3) para 2,140 milhão (m3).
Segmento espera agora ampliar a estrutura para atender os serviços para clientes do gás natural veicular. Além de uma nova oficina convertedora homologada, segundo Jammal, há cerca de 60 dias Cuiabá conta com uma empresa que faz a requalificação de cilindros de GNV. Esse processo é obrigatório a cada 5 anos de uso do equipamento e os motoristas precisavam fazê-lo em Campo Grande (MS) ou São Paulo. Porém, o maior desafio será ganhar novamente a confiança do consumidor, que ficou desconfiado após os problemas de abastecimento registrados em Mato Grosso.