A Companhia Mineradora do Estado de Mato Grosso (Metamat) caminha para viabilizar novos potenciais minerais no polo Alta Floresta. O objetivo é tirar o foco do garimpo, agregar a mão-de-obra diversificando a atividade econômica na região. O projeto levou um ano para ser implantado, considerando estudos sobre levantamento de campo e a criação de uma Cooperativa. Em outubro começa o curso de qualificação para atender a demanda.
Trata-se de um projeto piloto com rochas ornamentais que será estendido a outros municípios de Mato Grosso posteriormente. No momento, Terra Nova do Norte, Paranaíta, Apiacás, Carlinda e Alta Floresta compreendem o Pólo a ser trabalhado. Ao invés de comercializar as pedras ainda brutas, cerca de 20 associados da Cooperativa de Produção Comunitária de Artefatos de Pedra para Obra e Construção Civil (Coopergran), serão capacitados e aperfeiçoados para melhoria do produto.
Cursos de extração formal obedecendo às legislações ambiental e mineral serão ministrados já na segunda semana de outubro para os associados. A ideia é regularizar a extração do granito nos municípios compreendidos na região de Alta Floresta, agregando os trabalhadores da região. “São pequenos proprietários que possuem granito na propriedade. A visão é econômica e social, transformar a pedra que “atrapalha” em produto, uma opção econômica”, explicou José Gimenes Via Filho, químico da Metamat, responsável pelo levantamento.
Esses trabalhadores conhecidos como “canteiros” fazem pedras de lápides, granitos para portais, meio fios, calçamentos, paralelepípedos. Desempenhando a função de maneira artesanal, rústica. A ideia é aglutiná-los na Cooperativa, possibilitando melhoria da produção e do processo de extração.
Os equipamentos técnicos (óculos, marretas, luvas e outros) serão viabilizados por meio de parceria entre o Ggverno federal (Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM), o estadual (Metamat), que fará todo acompanhamento técnico e a prefeitura de Alta Floresta, responsável pela estrutura física.
Com mais conhecimento, os trabalhadores deixarão de atuar num processo rudimentar. Para retirar os blocos de paralelepípedos, por exemplo, usarão técnicas de fogaça que não emite partículas a longa distância e não trinca a pedra. Com equipamento movel (compressor e marteletes) é feito furos sequenciados e com ajuda de pólvora simples – para desgrudar o bloco – é retirado o granito. “O maquinário poderá ser usado em outras frentes de trabalho em vários municípios, pois o trabalho que levava um dia ou mais para ser concluído dependerá de horas para execução”, revelou Gimenes.
O processo para desmontar o bloco dos paralelepípedos é o mesmo usado para retirar o granito. Além de uma renda contínua que o paralelepípedo oferece, o orçamento será incrementado com o granito.