A arrecadação de tributos em Mato Grosso aumentou 12,74% em 2009 sobre o ano anterior. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o total arrecadado em impostos pelo Estado no ano passado chegou a R$ 11,68 bilhões, contra R$ 10,36 milhões obtidos em 2008. O crescimento da arrecadação tributária mato-grossense foi acima da nacional, que subiu 3,4% no período, de R$ 1,05 trilhão para mais de R$ 1,09 trilhão. Dessa forma, Mato Grosso aumentou, de 0,98% para 1,07%, a sua participação no total de impostos arrecadados no país. A arrecadação inclui impostos federais, estadual e municipal.
O diretor do IBPT no Estado, Darius Canavarros, explica que esse desempenho é resultado do crescimento econômico. No entanto, ele destaca que as cobranças exageradas são motivos que elevam a carga tributária em Mato Grosso. De acordo com ele, é necessário uma reformulação na cobrança de tributos. Além disso, ele aponta que um projeto de lei, que ainda está tramitando em Brasília, deve oferecer mais transparência à dedução de impostos. “O consumidor, muitas vezes não sabe quanto está pagando de tributos. No valor de um carro, por exemplo, em média 40% são de impostos”.
Na indústria a situação também não é diferente. O presidente do Conselho de Economia e Tributos da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo de Oliveira, afirma que se as taxas de tributação não forem revistas o Estado entrará em processo de “desindustrialização”, ou seja, irá perder suas indústrias.
Per Capita – Em 2009, cada mato-grossense pagou cerca de R$ 3,890 mil em impostos. O volume, considerado alto pela maioria dos especialistas, é resultado de um aumento de 11% na arrecadação tributária, per capita, do Estado. Isso quer dizer, que em 2008, o total de impostos pagos pela população de Mato Grosso, chegou a R$ 3,504 mil. Em contraponto, o número de habitantes no Estado aumentou apenas 1,48%, de 2,957 milhões para pouco mais de 3 milhões de consumidores.
Na média brasileira, a arrecadação per capita é de R$ 5,706 mil. Para Darius Canavarros, os valores implicam no aumento do consumo no Estado, o que, segundo ele, indica que a classe menos favorecida paga mais impostos que a classe social alta. Ele ainda acrescenta que, entre os tributos pagos pela população, o de maior incidência é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).