Autoridades e empresários argentinos da cidade de Rosario, na Província de Santa Fé, no Norte argentino, demonstraram interesse em produtos agrícolas de Mato Grosso e identificaram benefícios econômicos para os Governos regionais dos dois países, a partir da utilização da Hidrovia Paraguai-Paraná, cujo traçado está na área de influência da cidade.
Esta foi a principal manifestação feita à comitiva do governador Blairo Maggi, secretários de Estado, aos procuradores Pedro Taques e Mário Lúcio Avelar e ao juiz federal Julier Sebastião da Silva. A análise foi feita nesta quinta-feira (16.06), no início da noite, pelo secretário de Projetos Estratégicos, Cloves Vettorato, após palestra do governador em um fórum empresarial em Rosario e inspeção aos portos e terminais da cidade argentina. Taques, Julier e Avelar fazem inspeção técnica no leito da hidrovia. Os dois primeiros autorizaram qualquer obra na hidrovia, no ano passado, somente com Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima).
“Há diversas áreas de interesse tanto de autoridades como o governador de Santa Fé, do prefeito (intendente), como de empresários para a utilização plena da hidrovia. Houve várias perguntas sobre infra-estrutura”, disse Vettorato, ao observar o interesse do governador da Província de Santa Fé, engenheiro Jorge Alberto Obeid, e do intendente (prefeito) de Rosario, Roberto Miguel Lifschitz, na exposição de Maggi a respeito de gestão pública e transparência. “Há muita expectativa de que a produção de Mato Grosso possa descer para Rosário pela hidrovia, como a soja, o milho e o algodão”, sinalizou o secretário de Projetos Estratégicos.
Maggi participou, junto com o prefeito e o governador local, do painel de debates do Instituto para o Desenvolvimento Empresarial da Argentina (Idea) sobre gestão pública eficiente e em parceria com a sociedade civil e produtores, nos moldes dos programas implementados pelo Governo Estadual. O ente administrador do Porto de Rosario (Enapro), Juan Carlos Venesia, e o representante do Idea, Andrés Von Buch, acompanharam a palestra do governador de Mato Grosso.
Na visita da infra-estrutura da hidrovia, foram vistoriados nove portos e terminais privados de líquidos e grãos. Segundo Vettorato, há indústrias locais com capacidade de esmagamento de 20 mil toneladas diárias, demanda alta, se comparada com a capacidade de 6 mil toneladas de grãos de esmagadoras de Rondonópolis.
Ao anoitecer, a comitiva chegou a Corumbá (MS), onde foi recebida pelo superintendente da Hidrovia Paraguai-Paraná, Fermiano Yarzon, e a presidente da Agência de Gestão e Integração de Transportes de Mato Grosso do Sul, Leatrice Couto. Um jantar foi oferecido à comitiva por empresários operadores e transportadores da via fluvial. Nesta sexta-feira (17.06), Maggi, Vettorato e os secretários Terezinha Maggi (Trabalho, Emprego e Cidadania), Marcos Machado (Meio Ambiente e Saúde) e Luiz Antônio Pagot (Infra-Estrutura) visitam terminais e portos privados e públicos em Corumbá e na Bolívia. Além de participarem de debates com empresários.
A visita do governador de Mato Grosso à Argentina, à Corumbá e à Bolívia cumpre realização de tarefas tiradas na “Carta de Cuiabá”, elaborada ao final do Seminário Internacional de Infra-estrutura Multimodal, realizado em março, em Cuiabá.
Um dos principais fundamentos do documento é o esforço dos Governos de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e países signatários do Mercosul (Brasil, Bolívia, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai) e o Peru para a retirada de barreiras a fim de integrar fisicamente os países e incrementar a economia e o Comércio Exterior das regiões interioranas das nações.