A preocupação cada vez mais intensa dos sojicultores em relação às doenças (ferrugem asiática) e pragas (mosca branca) tem forçado o corpo técnico e as empresas de pesquisas mato-grossenses a recomendar a rotação de culturas colocando o arroz como excelente opção. A proximidade de grandes mercados consumidores, Centro O’este, Sudeste, Norte e Nordeste favorecem um futuro altamente promissor para cultura do arroz no Estado.
Esta é a avaliação do presidente da Associação dos Produtores de Arroz de Mato Grosso, Angelo Maronezzi, sobre o cultivo de arroz. Ele destacou que a organização da 12º edição do seminário da cultura do arroz e dia de campo que acontece em Sinop nos dias 29 e 30 do mês que vem, mantém expectativa de boa participação, uma vez que os temas relacionados vêm de encontro as necessidades do agricultor.
“A cultura do arroz se posiciona de uma forma diferente do passado no contexto do agronegócio mato-grossense, passando de cultura de segunda opção para plantio com expectativa de renda, ou seja, lucro para o orizicultor. Já está confirmada a presença de agricultores de vários estados brasileiros, de empresas de pesquisas, autoridades e também de agricultores e órgãos de pesquisas de outros países”, destacou Maronezzi.
Ele salientou ainda que a cultura do arroz sempre foi plantada como uma necessidade e responsabilidade de “amansar” terras novas. “È uma cultura valente que remunerou muitos agricultores apesar do solo mal preparado, sem correção, sem fertilidade e com baixa adubação na manutenção. Com o desenvolvimento da pesquisa genética, tecnologias e a conseqüente obtenção de materiais genéticos com alta produtividade e qualidade de grãos, o Mato Grosso se posicionou em nível nacional e internacional como fomentador de um sistema de produção de arroz de sequeiro, ecologicamente correto, sem a emissão de gás metano e com custo de produção mais baixos do que em sistemas irrigados”, explicou ele.
As dificuldades
O principal entrave para o cultivo no arroz de Mato Grosso é a falta de infra-estrutura (ferrovia, hidrovia e rodovias) “para dar mais competitividade a nossa produção inclusive exportação, que certamente vai acontecer nos próximos anos em função da redução drástica de produção em nível internacional”, avalia.
Maronezzi afirmou, ao Só Notícias, que programas de incentivos em nível estadual, de protecionismo industrial e estadual não geram incentivos para pesquisa, produtor e consumidor mato-grossense. Também pesa na balança do produtor a falta de fiscalização na comercialização de sementes, muitas vezes dispondo ao produtor sementes de péssima qualidade que gerará produção que não atenderá as necessidades das industrias.
Uma média de 450 pessoas estão sendo esperadas no seminário do arroz.