A redução das expectativas de inflação faz com que os analistas de mercado consultados pelo Banco Central na última sexta-feira (7) aumentem a aposta redução da taxa básica de juros (Selic), que hoje é de 15,25% ao ano.
De acordo com a pesquisa do BC, publicada no boletim Focus divulgado hoje (10), os economistas do setor privado acreditam que os juros caiam para 14,75%, na reunião que o Comitê de Política Econômica (Copom) fará na semana que vem, e para 14,50% na reunião do colegiado de diretores do BC, no final de agosto.
Caso essas previsões se confirmem, e como o Copom terá mais duas reuniões no ano (em outubro e novembro), os economistas consultados acreditam que haverá pelo menos mais uma redução da taxa básica de juros. Por isso, calculam que 2006 deve terminar com juros de 14,25%, e não mais 14,38% como previa a pesquisa da semana passada.
O boletim Focus espelha as tendências dos principais indicadores da economia, e mostra que de modo geral o panorama econômico é estável. A não ser por movimentações pontuais, como a estimativa de que a cotação do dólar norte-americano no final do ano cairá da projeção anterior de R$ 2,24 para R$ 2,23 (R$ 2,35 no final de 2007).
A previsão de investimento estrangeiro direto no setor produtivo nacional também apresentou pequena redução na estimativa: de US$ 15,45 bilhões para US$ 15 bilhões neste ano. Queda, ainda, na estimativa de crescimento da produção industrial: de 4,25% para 4,21% na comparação semanal. As demais previsões foram mantidas.
Para os analistas, o saldo da balança comercial (exportações menos importações) ficará mesmo em torno de US$ 40 bilhões (R$ 35,64 bilhões no ano que vem), o que vai proporcionar cerca de US$ 9 bilhões, este ano, no saldo de conta corrente (todas as transações comerciais e financeiras com o exterior), devendo cair para algo em torno de US$ 4 bilhões em 2007.
A pesquisa também mantém a projeção de 3,60% para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas produzidas no país -, com previsão de que a relação dívida/PIB feche o ano em 50,50%, com possibilidade de cair para 49,20% até final do próximo ano.