A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou hoje (7) comunicado apontando redução nos números de cancelamentos e atrasos de vôos no país desde 29 de setembro do ano passado, quando um avião da Gol caiu no norte de Mato Grosso, depois de chocar-se com um jato Legacy no ar, num acidente em que morreram 154 pessoas.
“Anac mostra, com números, que a crise aérea acabou para o usuário” é o título do texto da agência reguladora. Na última terça-feira (4), o presidente da instituição, Milton Zuanazzi, afirmou que o chamado “apagão aéreo” tinha acabado no dia 23 de junho, depois que a Aeronáutica tomou medidas para reduzir os atrasos nos aeroportos. Entre as medidas, a nota da agência destaca a transferência de controladores de vôo da Defesa Aérea Nacional para a Aviação Civil.
Segundo os dados apresentados, antes do acidente com o avião da Gol, havia uma média histórica nos atrasos de vôos com mais de uma hora, da ordem de 15% e 12% de cancelamentos. Entre 27 de agosto e 2 de setembro deste ano, foram 9% de atrasos com mais de uma hora e 10% de cancelamentos. “Tais números, por si só, demonstram que havia uma falta de investimentos em infra-estrutura aeronáutica e aeroportuária acumulada há muitos anos”, afirma a nota.
“Excetuando as duas semanas subseqüentes ao trágico acidente com o Airbus da TAM, quando os índices aumentaram, e o Aeroporto de Congonhas foi fechado, houve uma redução significativa nos atrasos de vôo”, aponta a nota. A Anac destaca que, com a diminuição dos atrasos, fica evidente que a entrada de novos controladores supre, em parte, a falta de investimentos em infra-estrutura aeronáutica.
A agência diz ainda que é necessário investir mais no setor. “É preciso mais investimentos tanto na infra-estrutura aeronáutica quanto na aeroportuária. Mas pode-se dizer que, a partir daquela ação objetiva, a situação não apenas voltou à normalidade, como melhorou, e muito, se comparada ao período anterior a setembro de 2006”, completa.
E acrescenta que, depois do acidente de setembro do ano passado, os controladores iniciaram um movimento reivindicatório, “provocando atrasos” em grande parte dos vôos. A Anac cita também problemas da companhia TAM que, na época do Natal no ano passado, retirou seis aeronaves para manutenção, e diz que deve ser levada em conta a crise na Varig.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem (6), em entrevista a emissoras de rádio, que o país ainda enfrenta problemas nos aeroportos e disse que, até o final do ano, haverá reforço de 300 controladores de vôo. Ele ressaltou que os problemas de atraso não são exclusivos do Brasil e que, mesmo com as medidas que estão sendo adotadas, não será possível acabar com os atrasos nos aeroportos.