O alto custo para a geração com óleo diesel é o principal entrave para o funcionamento da Usina Governador Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá). A previsão era que a planta começasse a operar ainda esta semana, mas as negociações entre a Empresa Pantanal Energia, Furnas, Ministério de Minas e Energia (MME) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não avançaram nos últimos dias, quando se trata de quem vai arcar com a majoração nas despesas, atrasando ainda mais a atividade da planta a ser acionada em caráter emergencial.
No dia 17 de janeiro, o ex-ministro do MME, Nelson Hubner, anunciou que a termelétrica despachará 195 megawatts (MW) de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) e que o funcionamento estava previsto para esta semana, que já está terminando sem uma decisão concreta. Na segunda-feira (21), as diretorias de Furnas e da EPE se reuniram no ministério, mas nada foi decidido. Na quarta-feira, um outro encontro foi realizado, mas também não definiu a data do funcionamento da unidade. O MME informa, via assessoria de imprensa, que as negociações continuam e que outras reuniões serão realizadas, pois a decisão emperra quando se põe à mesa quem arcará com as despesas da geração a diesel.
Em entrevista à Gazeta, o diretor Comercial, Institucional e de Assuntos Regulatórios da EPE, Fábio Garcia, já afirmou que o custo operação a diesel é entre seis e 10 vezes maior que a geração a gás, e que para gerar 195 MW, como determinou o ministério, são necessários cerca de 1 milhão de litros do combustível. Ele acrescenta ainda que é preciso o envio regular do produto, assim como ocorre com o gás natural.
O acionamento da termelétrica de Cuiabá pelo MME foi motivado pelo baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.