Alta Floresta é o segundo município mato-grossense a sair da lista dos maiores desmatadores da Amazônia. De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o município conseguiu colocar 80,23% de seu território no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Licença Ambiental Única (LAU) – uma das exigências para deixar o rol dos principais devastadores da floresta. Dos 859 mil hectares de Alta Floresta, 682,243 mil estão sob monitoramento.
A retirada de Alta Floresta já foi confirmada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias. No ano passado, o município de Querência, localizado na região da Bacia do Rio Xingu, foi o primeiro do Estado a deixar a lista.
Para o presidente do Sindicato Rural de Alta Floresta, William José de Lima, os produtores da região entenderam que é fundamental a necessidade de aliar, de forma equilibrada, o uso da terra e o respeito ao ambiente. “As metas foram atingidas graças ao esforço das entidades envolvidas nesse processo. O Sindicato Rural trabalhou em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, na conscientização e engajamento dos produtores. Agora que conseguimos retirar o município da lista do desmatamento, daremos continuidade ao trabalho de preservação e produção sustentável”.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, avalia que Alta Floresta conseguiu demonstrar que é possível promover a regularização ambiental e aumentar produção de alimentos com sustentabilidade. “O emprego de novas tecnologias de produção proporcionam práticas sustentáveis no campo e isso contribui muito para evitar abertura de novas áreas em Mato Grosso. A evolução da atividade agropecuária, retratada por esses números, indica o quanto a produção do Estado se desenvolve de forma sustentável. Temos 62% de áreas mantidas intocadas em Mato Grosso mesmo com os atuais índices de produção”.
Segundo dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), o desmatamento na Amazônia Legal caiu 48,2% em março deste ano frente ao mesmo mês de 2011, ou seja, de 116 para 60 quilômetros quadrados. Na comparação do período de agosto de 2010 a março de 2011 com os meses de agosto de 2011 a março de 2012, o total da área desmatada ficou estável.
A lista
Criada em 2007 pelo Ministério do Meio Ambiente, a lista crítica de maiores municípios desmatadores da Floresta Amazônica enquadrou 43 deles como os prioritários para a prevenção e combate ao desmatamento.
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) é a entidade que representa os 86 Sindicatos Rurais de Mato Grosso. Ao lado do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) formam o Sistema Famato.