Dirigentes de entidades e lideranças políticas vão se reunir, na Câmara Municipal, segunda-feira, às 19h, para debater as consequências da portaria 1.149, do Ministério da Justiça, que visa ampliar a reserva indígena Kayabi de 117 mil hectares para 1.053 milhões de hectares entre os municípios de Apiacás (vizinho de Alta Floresta) e Jacareacanga (PA). A portaria de 2002, define a área como pertencente as etnias indígenas Kayabi,Munduruku e Apiaká. Lideranças de Apiacás apontam que o município já perdeu cerca de 70% do território para formação de parques e reservas. "Além de outros benefícios e necessidades, temos uma jazida de calcário na área que está prevista a nova demarcação, que é uma importante alternativa para gerar empregos e beneficiar tanto produtores de Mato Grosso, quanto do sul do Pará pela curta distância para transporte do calcário", disse o vice-prefeito de Apiacás, Carlos Alberto Palmieri (Carlão).
"A audiência cria a oportunidade de debatermos de forma pacífica e organizada a ampliação injustificada da área indígena que causará impactos profundos de ordem econômica e social considerando que a nova demarcação irá causar a desocupação da área pelos seus atuais ocupantes, estimados em 320 famílias que se dedicam a agricultura e pecuária, em sua grande maioria, proprietários com escrituras das áreas", disse Sandro Sicuto, coordenador do Conselho para o Desenvolvimento da Amazônia Matogrossense (Codam), composto por várias entidades e organizações civis de Alta Floresta e região.
A demarcação pode trazer impacto também nas licitações das Usinas Hidrelétricas de São Manuel, Rasteira e Apiacás e poderá interferir futuramente na implantação da hidrovia. "É um impacto negativo para a nossa economia e principalmente para a nossa independência de logística num futuro bem próximo para todo o centro- oeste. É um prejuízo que não podemos aceitar pela forma que o Governo Federal vem impondo a situação. O setor produtivo já sofreu muito com as questões ambientais, portanto, é importante que todos participem dessas Audiências Públicas no dia 15 em Apiacás e dia 18 em Alta Floresta se manifestando de forma organizada, sem criarmos rivalidade com etnias indígenas, mas chegando a um consenso", disse Eliseu Pelisson, gerente comercial da Câmara de Dirigentes Lojistas de Alta Floresta.