O alto lucro dos bancos foi a explicação dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aumentar a alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), uma das medidas adotadas para compensar o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Segundo Lula, os bancos têm tido lucros maiores e, por isso, podem pagar mais imposto. “Os banqueiros não reclamaram. Não reclamaram por quê? Porque os bancos tiveram muito lucro nesses últimos anos. Agora, os bancos estão ganhando, eles vão poder pagar um pouco mais. Nós resolvemos taxar o lucro líquido desses bancos”, disse hoje (7) no programa de rádio Café com o Presidente.
Em nota publicada no último dia 4, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fabio Barbosa, disse que o aumento da CSLL de 9% para 15% não deve ser repassado para o custo dos empréstimos ou tarifas por causa da acirrada concorrência no setor. Na avaliação do vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, Andrew Storfer, o correntista acabará pagando pelo custo extra.
Além de reajustar a CSLL, o governo aumentou também o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que incide, por exemplo, nos empréstimos. Com essas mudanças, o governo, segundo Lula, quer arrecadar R$ 10 bilhões. O orçamento da União terá corte de R$ 20 bilhões.
No programa de rádio, o presidente reiterou que 2008 será um ano melhor do que 2007 e citou obras em andamento, como a transposição das águas do São Francisco. “O povo brasileiro está mais confiante no Brasil. O governo está tranqüilo com as coisas que estão acontecendo. Nós fizemos sacrifício no primeiro mandato para poder garantir a tranqüilidade que podemos oferecer ao povo brasileiro hoje. Nós, certamente, estaremos sempre muito vigilantes para que a gente não permita que haja nenhum desvio nas metas que já traçamos para chegar a 2010”, afirmou.