Em março, o álcool vendido nos postos foi um dos principais fatores a pressionar o índice de inflação IGP-DI. O combustível registrou uma alta de 14,19%, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas) ante um aumento de 3,64% em fevereiro. Trata-se da maior alta do combustível desde novembro de 2002, quando chegou a atingir uma aumento de 25,86% em um único mês.
O preço do álcool ao consumidor vinha subindo desde o segundo semestre do ano passado. No último trimestre de 2005, o álcool combustível acumulou alta de 15%. Já no primeiro trimestre de 2006, o combustível acumulou incremento de 30,46%.
Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, a antecipação da safra de cana-de-açúcar pode atenuar o movimento de alta do combustível nos próximos meses, mas o principal fator a elevar os preços é, sem dúvida, o aumento da demanda.
Ele afirma que a popularização dos carros bicombustíveis no mercado trouxe uma grande mudança de comportamento, o que teve efeito direto sobre a demanda. ‘Pode demorar dois anos para equilibrar de fato oferta e demanda novamente’, disse.
No atacado, o álcool etílico hidratado passou de um aumento de 6,19% em fevereiro para 6,28% em março, segundo a FGV. Enquanto que o anidro comercializado pelas distribuidoras passou de 2,37% para 11,41%.