Colíder (160km de Sinop) deve ser contemplada com uma acabadora de couro, estimada em R$1,5 milhão, com recursos provenientes da União, intermediados por Estado e município, por meio do Fundo Perdido. O Executivo não estima um período em que a obra possa ser instalada, mas estima o processo ocorrer ainda neste ano. A informação foi dada ao Só Notícias pelo prefeito Celso Banazeski apontando que, por meio da acabadora, o município terá como destinar matéria-prima voltada a produção de calçados, bolsas, cintos, carteiras e outros produtos A acabadora pegará o couro na fase wet-blue diretamente do curtume local. Isto é, etapa em que do produto foram removidas as graxas e gorduras, sofrendo o primeiro banho de cromo.
O investimento deve ampliar as relações comerciais, estimular a inclusão de novas pessoas no mercado empreendedor e outros benefícios. “Ela [acabadora] já está garantida e surge em função do curtume da cidade fazer somente a primeira fase do acabamento do couro. Como em Colíder há uma escola de tecnologia do Senai, as pessoas qualificaddas estão com dificuldade de comprar matéria-prima”, citou o prefeito, ao Só Notícias. O município também tem frigoríficos que abatem gado e devem fornecer o couro.
Estima-se, de forma inicial, que de 150 a 200 micro empresários, artesãos, sejam contemplados. A implantação da acabadora deve estimular também a criação do Arranjo Produtivo Local (APL) do couro, para fortalecer a cadeia produtiva. “Em breve teremos na região indústrias do derivado do couro emergindo da própria sociedade”, resume Banazeski.
O secretário de Indústria, Comércio, Emprego e Renda, Cultura e Turismo, Lourenço Marani, explicou que a gestão da acabadora ficará por conta dos parceiros envolvidos no projeto, como o Sebrae. A obra também reflitirá noutro estágio: a criação de uma encubadora de empresas.
“A partir do momento que tivermos a acabadora há necessidade da incubadora de empresas, para que os empreendedores possam passar por uma triagem do conhecimento de todas as ferramentas de gestão disponíveis pelo Sebrae”, acrescenta Lourenço. A qualificação na área industrial será realizada pelo Senai. “O Senai terá um papel importante na qualificação, quais os produtos e como serão produzidos”, ponderou.
Em Colíder, há trabalhadores ligados ao segmento do couro, que produzem peças diversas. “É uma agregação de valores que proporcionaremos a esta matéria-prima nobre que temos no município, que é exportada pelo curtume localmente, e, por que não transformá-la em produto acabado? Este é o desafio para fomentar a economia”, defende o secretário.