A expectativa de crescimento para este ano pela indústria madeireira já foi revista. Com a queda do dólar, a concorrência da China, a falta de suprimento no Norte do país e o aumento do preço da tora, o setor reavaliou o aumento de 20% nos negócios previsto para 2005. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Processada Mecanicamente (Abimci), Luiz Carlos de Toledo Barros, o setor já perdeu 25% da sua receita desde novembro do ano passado (quando o dólar se mantinha em R$ 2,80). “Com os reflexos negativos da atual política cambial sobre as exportações neste primeiro semestre, a expectativa é apenas manter os mesmos números do ano anterior”, afirma Barros. Em 2004, o setor de madeira processada mecanicamente – painéis de compensado, portas, molduras, blocks, pisos, entre outros – exportou pouco mais de US$ 3 bilhões.
Os números deste ano refletem os problemas enfrentados. De janeiro a julho de 2005, foram exportados US$ 1.752 bilhões, enquanto no mesmo período do ano passado, foram US$ 1.657 bilhões. Um crescimento inferior a 10%.
A redução do suprimento na região Norte do país também causa prejuízos ao setor. Os produtores de painéis de compensado de madeira tropical enfrentam os problemas da crise pela qual passou o Ibama, com a denúncia de irregularidades no Mato Grosso. Com as restrições impostas pelo instituto aos produtores florestais, mesmo os manejos aprovados enfrentam dificuldades para a colheita das árvores.
A ABIMCI instalará dois escritórios regionais em setembro, em Sinop e Paragominas (PA) visando dar maior suporte aos associados dessas regiões. “Acreditamos que essa ação irá fortalecer o setor que nos últimos quatro anos realizou importantes investimentos em qualidade, produtividade e em escala de produção, incentivando um grande número de pequenas e médias empresas, que geram empregos em todas as regiões do país”, afirma Barros.