Apesar da alta de 12% no preço do etanol hidratado, há duas semanas, abastecer com o combustível ainda é mais vantajoso que com a gasolina nos postos mato-grossenses. A vantagem é calculada considerando o preço – já reajustado -de R$ 1,66, por litro, dividido pelo valor cobrado pela gasolina, que está sendo vendida em média por R$ 2,77/l, em Cuiabá e Várzea Grande. A razão entre os dois valores tem como resultado 59%, e enquanto o percentual atingir 70% é vantajoso abastecer com o derivado da cana-de-açúcar.
Entre 70% e 71%, a escolha é indiferente. A conta é detalhada pelo primeiro secretário do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo), Bruno Borges. Ele ressalta que o etanol é o combustível mais consumido em Cuiabá. “Só quando o preço do etanol aumenta os consumidores passam usar mais a gasolina”. O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), Jorge dos Santos, explica que essa condição é em função a produção local do combustível. “Quando o polo produtor fica mais próximo do consumidor os preços são mais atrativos”. Além disso, ele diz que a política tributária no Estado incentivou o consumo do etanol nos últimos 5 anos.
Sobre a produção, Santos ressalta que Mato Grosso tem condições para apresentar expansão na demanda nacional. Uma das razões é o aumento da mistura de 10% para 15% de etanol na gasolina vendida nos Estados Unidos. “Com isso os grandes produtores brasileiros, como São Paulo e Paraná, terão aumento na exportação do combustível e a produção de Mato Grosso servirá para atender o mercado interno”. O representante do Sindalcool avisa que ainda o estado mato-grossense não tem estrutura para exportar. Para ele, a construção do alcoolduto seria a solução para este problema. “Há 3 projetos que destacam esse meio de transporte. O mais viável é a implantação de um duto passando por Senador Canedo, em Goiás, chegando ao Porto de São Sebastião (SP)”.