O colorido de saias e lenços, combinado com um sorriso largo no rosto, contagiam o estande de Mato Grosso no Rio Media Center (RMC), espaço destinado à cobertura jornalística das Olimpíadas 2016, no Rio de Janeiro, hoje e amanhã. O grupo Flor Ribeirinha apresenta danças típicas do estado – o siriri e cururu. Hoje, o grupo fará uma prévia do siriri e cururu e, amanhã, será a apresentação oficial.
Com melodias alegres e letras que têm como inspiração a vida perto do rio e as tradições religiosas, o grupo é considerado um dos melhores da região nesta modalidade. O siriri e o cururu são danças mato-grossenses, realizadas na região sul de Cuiabá há mais de 200 anos e que refletem o multiculturalismo brasileiro formado por índios, negros, portugueses e espanhóis. Os movimentos executados pelos dançarinos têm origem em antigas representações, sejam indígenas e/ou portuguesas. O ritmo é harmonizado e marcado pela batida da viola de cocho, do mocho e do ganzá.
O siriri é dançado e cantado por homens, mulheres e crianças em fila ou roda formada por pares que cantam e batem palmas no compasso rápido e forte da música. Já o cururu é dançado apenas por homens. Nas duas danças, o coro às vezes monótono é próprio do som ameríndio, com clara influência da música serena e melodiosa repleta de sentimento religioso dos colonizadores. A marcação feita por instrumentos de percussão é herança da música africana.
Idealizado por dona Domingas Leonor, o Flor Ribeirinha nasceu em 27 de julho de 1993, na comunidade de São Gonçalo Beira Rio, situada à margem esquerda do Rio Cuiabá, pertencente ao distrito do Coxipó da Ponte. O grupo folclórico foi avaliado pelo Governo de Mato Grosso como instituição de memória enquanto meio que detém, divulga e preserva elementos materiais e simbólicos de uma cultura.