O cururu, o siriri, o tradicional chá com bolo, a comida caseira, ainda fazem a alegria e o cardápio de muita gente e em especial do Distrito de Mutum (localizado entre as Baías de Siá Mariana e Chacororé, numa das mais belas regiões do Pantanal de Mato Grosso, a cerca de 40 quilômetros de Barão de Melgaço). São três dias (19 a 21 de janeiro) de muita alegria na Festa de São Sebastião.
O evento, que já acontece há mais de um século, desta vez contou com a presença do secretário de Estado de Cultura, João Malheiros, e do adjunto Oscemário Daltro, além do conselheiro estadual de Cultura, Johnny Everson, que prestigiaram o evento. "É inesquecível as nossas tradições e os nossos costumes. Mato Grosso é isso. Uma terra encantadora e por seus costumes que transcendem gerações", disse Malheiros.
A Festa de São Sebastião teve início por dona Noêmia Correa Alvarenga há aproximadamente 150 anos, tradição que agora é sustentada por seus sete filhos. Tudo acontece por uma ajuda voluntária e nata. Com recursos próprios da família, doações e muita, muita força de vontade para concretizar um dos maiores eventos culturais da região.
Dona Benedita Dias Evangelista é uma das filhas de dona Noêmia. Ela conta que a festa ocorre em seis em seie anos por conta das várias famílias da comunidade que a cada ano fazem uma festa de santo. "Assim, temos que esperar a vez de outra família, que é muito tradicional também, realizar a festa para chegar a nossa de São Benedito".
De acordo com a Polícia Militar, espera-se em torno de três mil pessoas durante os três dias de evento, no entanto, a promessa é que esses três dias se arrastem até o próximo domingo (23.01). "Aqui temos licor de vários sabores, fazemos linguiça encapada, almôndegas e o churrasco corre solto", conta descontraída Benedita.
Ao todo foram doadas 18 cabeças de gado para a realização de festa. Daí já dá para se ter uma noção que a festa não vai parar em três dias. Um fato interessante é que as constantes chuvas não atrapalharam os festeiros de se locomoverem até a região. Há gente inclusive que desde o primeiro dia já está acampado no local com suas redes e cabanas e prometem sair de lá apenas quando não houver mais energia.