Uma noite tipicamente brasileira, com todos os ritmos da cultura popular em forma de dança. A animação e a pluralidade, misturadas com diversas formas de expressões de diferentes regiões brasileiras, traduziram a apresentação "Festança" do Grupo Rosários, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), na terceira noite de espetáculos do IV Encontro Nacional Universitário de Danças Populares (ENUDP), no Teatro da UFMT, em Cuiabá. O Encontro é uma parceria com a Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev-UFMT) e a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer do Estado de Mato Grosso (Secel).
Conforme o pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência da UFMT, Fabrício Carvalho, a proposta do Enudp é exatamente essa mistura de ritmos, o Brasil da dança se encontrando em Mato Grosso, “trazendo esses vários 'brasis', integrando a cultura e colocando Mato Grosso nesse importante cenário, não só da educação e da cultura, mas também da cidadania”.
O pró-reitor falou da interação dos grupos durante os dias de evento e também entre a população que também pode ter acesso a tudo isso, desde as oficinas até os espetáculos. “A ideia é justamente que esse conhecimento seja universal e essa troca de experiência é importante para a comunidade acadêmica da UFMT, para a população como um todo, pra estudantes que vieram de outras cidade conhecer nossa cultura, conhecer nosso estado e levar uma mensagem importante de que aqui também tem desenvolvimento, tem educação, tem cultura e essa troca é muito importante. É um momento muito importante para Mato Grosso”.
Conforme a diretora de dança do Grupo Rosários, Juliana Castro Bergamini, a proposta é trabalhar exatamente com todo o Brasil, do Oiapoque ao Chuí, do Norte ao Sul. “A gente dança esse Brasil todo através do frevo, das pastorinhas, tipumbí, as guardas de congada, a nossa quadrilha mineira”.
Juliana falou ainda sobre a satisfação de se apresentar em Mato Grosso e sobre a importância do encontro, que promove o intercâmbio cultural em dias únicos entre os grupos e a população. “É um prazer enorme estarmos aqui. Nós, que dançamos todas as danças brasileiras, tentando abranger todas, compartilhar isso, ver de perto esses grupos, nos encontrarmos sempre e trocar essa experiência é fantástico. As coreografias só estão ficando cada vez mais grandiosas”.
A diretora, que conheceu o Grupo Flor Ribeirinha, de Mato Grosso, por meio de pesquisas na Ufop, preparou uma grande surpresa para o final da apresentação. Com as roupas do grupo mato-grossense, se apresentaram ao som de Nandaia e emocionaram a todos, principalmente a matriarca do grupo de Cuiabá, Domingas Leonor, chamada pelos integrantes mineiros de "vovó". “A gente conheceu o Flor Ribeirinha exatamente pesquisando sobre o siriri porque a gente gosta muito e tem no nosso espetáculo”.
Dona Domingas, como é conhecida, ao final do espetáculo subiu ao palco emocionada e agradeceu a homenagem, sendo abraçada por todos os integrantes do Rosários. “Realmente não tenho palavras para agradecer vocês, meus filhos. Cada um de vocês mora no meu coração. Estou muito feliz”, disse Domingas.
Quem também se emocionou foi a vendedora Ana Cristina de Almeida, que foi ao espetáculo com a irmã e ficou maravilhada com a variedade de ritmos apresentada pelo grupo mineiro. “Vir até aqui, conhecer algumas danças que eu nunca tinha visto e ainda presenciar uma homenagem linda dessas para o nosso querido grupo Flor Ribeirinha, não tem preço. Foi muito lindo e emocionante”.
A irmã, Paula Cristina Almeida, conferiu as apresentações desde o primeiro dia e falou da beleza das danças e da individualidade de cada grupo. “Mais uma noite que saio aqui do teatro surpresa e contente por ver o quanto nosso Brasil é rico, culturalmente falando. Cada grupo tem a sua individualidade. Amanhã estarei aqui novamente para ver o grupo do Ceará. Parabéns a todos os organizadores. Está sendo lindo”.