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Arte da viola-de-cocho é atração na Festa do Pantanal

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Com mãos hábeis, o artesão cuiabano Alcides Ribeiro transforma madeiras como o sarã, a mangueira, a chimbuva ou o tamburi em belas peças de viola-de-cocho, símbolo da cultura mato-grossense e instrumento típico das rodas de cururu e siriri. A confecção do instrumento, que foi incorporado à orquestra do Estado, na união do clássico com o popular, pode ser conferida pelos visitantes que passam pelo espaço do Turismo Rural, na 15ª Festa Internacional do Pantanal, em Cuiabá.

A arte de trabalhar os pedaços de madeira cuidadosamente escolhidos, o que leva em conta a época do ano, Alcides e o irmão Paulo, aprendeu com o pai, Caetano, na oficina montada nos fundos de casa, bairro Dom Aquino, em Cuiabá. Também do cajá manga eles extraem o material base para confecção da viola-de-cocho e segundo Alcides, de acordo com a cor da árvore consegue-se um instrumento de cor mais clara ou escura.

Depois de confeccionada, a viola ainda recebe um fino acabamento e com um pirógrafo, o artesão entalha cenas da fauna e flora do cerrado, conferindo exclusividade ao instrumento, pois um desenho nunca igual a outro. Além do espaço em que pode mostrar como se faz e entalha o instrumento, Alcides também expõe as peças já prontas no Salão do Artesanato, local que reúne as mais variadas peças de artesãos de todo o Estado.

As técnicas de confecção da viola-de-cocho chamam a atenção de quem passa pelo estande. “É bom ver o interesse das pessoas, pois vendo como a gente faz, o trabalho e o tempo que levam para fazer um instrumento como esse, passam a valorizar mais nossa arte”, diz Alcides que conta com a ajuda da mulher, Leonice Santos.

A arte de criar respeita uma tradição familiar de mais de 100 anos. Foi na oficina nos fundos de casa que Caetano começou a trabalhar depois de ver o pai (avô de Alcides) executar o ofício. Hoje seo Caetano já não faz mais as violas, porém ainda acompanha de perto o belo trabalho dos filhos.

Como instrumento de trabalho, Alcides utiliza um facão para o corte externo e, para a escavação da parte interna, ele usa antigas ferramentas, como o encho goiva e o formão goiva. Por dia, ele fabrica de quatro a cinco peças, conforme o tamanho. O processo todo dura cerca de e entre oito dez dias e inclui o tempo em que a peça fica ao sol para a secagem.

Alcides considera a participação em um evento que é vitrine do turismo, mais uma chance de bons negócios, além de poder divulgar a cultura mato-grossense. No próximo dia 18 de junho, Alcides embarca para São Paulo, onde mostrará mais uma vez, a arte e a cultura mato-grossenses, no Salão do Turismo.

“Tenho uma grande satisfação em produzir um instrumento que toca qualquer ritmo da música brasileira”, diz o mestre sobre o instrumento que em Mato Grosso é utilizado principalmente nas danças tradicionais, como o Cururu, Siriri e a Dança de São Gonçalo.

Além da viola-de-cocho profissional, os artesãos fabricam chaveiros em forma de viola (que compõe o kit lembrança de Mato Grosso) e violas em tamanho troféu vendidas como lembrança do Estado.

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