O preço do petróleo continua a cair. Para a Venezuela, isso significa séria crise. Para os Estados Unidos, significa queda no preço da gasolina, que está equivalente a R$1,30 o litro. Para os brasileiros, a gasolina está mais que o dobro do preço americano. E para o pré-sal, significa um desastre, já que o custo alto de extração só sobrevive com preço alto de petróleo. Na capital brasileira do pré-sal, Macaé, já existe uma onda de demissões em prestadoras de serviços da Petrobrás e fechamento de escritórios de empresas nacionais e estrangeiras. Somos um país de loucos, que abandonamos o álcool, elogiado no mundo inteiro.
Sou do tempo do petróleo a 2 dólares e barril, durante décadas, e todo mundo vivia feliz. Quando subiu para 135 dólares, a comunistada previa o fim da potência imperialista-capitalista. Aí, os americanos resolveram produzir sua energia – do carvão, petróleo, xisto, sol, vento, nuclear, e usaram sua tecnologia. E vão acabar com a produção de eletricidade para uso doméstico. Cada residência vai ter seus painéis solares. Aqui a gente paga imposto sobre painel solar… Um amigo que visitou colegas nos Estados Unidos conta que eles se admiraram quando souberam que só usamos o sol abundante para bronzear a pele. Lá, grandes centrais solares vão aproveitar uma fonte de energia que ainda vai queimar por 5 bilhões de anos.
Os sauditas não aceitaram a proposta dos demais produtores de reduzir a produção para recuperar o preço e fazer frente às alternativas americanas. Acham que o melhor é vender mais. Enquanto isso, os americanos resolveram levar a sério a recuperação secundária do petróleo do Texas – e vão em frente, enquanto investigam a negociata da Petrobrás na refinaria de Pasadena e os eventuais prejuízos a investidores dos Estados Unidos. E estão tomando dos árabes os petrodólares que entregaram, vendendo o estilo de vida ocidental, os carros de luxo, os superportos, estádios refrigerados para a Copa, cavalos de corrida e, é claro, máquinas de guerra que voam e outras que atiram à distância e acertam o alvo. Está voltando aos Estados Unidos tudo o que pagaram ao preço de 135 dólares o barril.
E nós? Ainda nem sabemos a quanto vamos tirar petróleo do sub-solo do oceano. Se custar 100 dólares por barril, e tivermos que vender a 70, como está agora, é a inviabilidade do pré-sal. O plano de investimento da Petrobrás considera como base o barril a 105 dólares. Para complicar tudo ainda tem a Lava-jato, o Petrolão e a delação premiada. Abandonamos o álcool e dependemos das chuvas para produzir eletricidade. Mas não faz mal; a Eletrobrás, com toda a crise tupiniquim no setor elétrico, ainda achou 100 milhões de dólares para investir em usina na Nicarágua do sandinista Daniel Ortega. Somos uns gênios em energia.