PUBLICIDADE

Dia da mulher e do homem

PUBLICIDADE

Vi passar, no sábado, o Dia Internacional da Mulher, cheio de homenagens, mas também cheio de lugares-comuns, frases-feitas repetidas todos os anos, muita pieguice e hipocrisia. Falaram muito do preconceito contra a mulher e eu me pergunto se não é um preconceito contra o homem não haver um dia dedicado a ele, como existe para a mulher. E percebo preconceito no anti- preconceito ao dar a entender que a mulher dona-de-casa, mãe e esposa seja um ser secundário, inferior, como revelam a maioria das mensagens que valorizam apenas a mulher profissional, trabalhadora, chefe-de-família. Digna de pena, na verdade, é a mulher que, à falta de cérebro, apela para a nudez e a vulgaridade.

Ouvi e li esquisitices, como se a mulher não fosse um ser humano, dotado de vícios e virtudes, defeitos e qualidades. No Dia da Mulher, esse ser abstrato é quase uma deusa, a perfeição que baixou à Terra. Também li asneiras e asnices. Entre elas uma nota da Defensoria Pública de São Paulo, pedindo para denunciar “abuso de medicalização e patologização dos processos naturais” do parto. Não creio que com dois palavrões como esses os advogados tenham querido esclarecer alguma coisa.

E não ouvi ninguém nesse rosário de elogios piegas, falar da vida real, da mulher oprimida do dia-a-dia e ter a coragem de fazer como Betty Friedan, quando sugeriu queimar os soutiens nos anos 60. As mulheres não queimaram e continuam a respirar mal, com o tórax apertado. O movimento feminista transferiu para as mulheres o que antes eram vícios apenas dos homens: álcool, fumo e promiscuidade sexual. Quisessem melhorar a qualidade de vida teriam queimado os sapatos de salto-alto que convertem seus dedos em garras e estragam as articulações do tornozelo, dos joelhos e da coluna. Teriam queimado os cosméticos que tornam seus rostos coloridos e os poros entupidos, no rumo do envelhecimento precoce da pele. 

Sim, homens covardes continuam a espancar mulheres e empresários idiotas continuam a desperdiçar o talento feminino inigualável. Mas não vamos esquecer que fomos feitos macho e fêmea. E viva a diferença! Assim sobrevive a humanidade. Nos completamos, cada qual em sua autonomia, sua personalidade, seu temperamento, sua independência. Todos os dias são da mulher e do homem. Recebi, pela internet, o poema “Ser Mulher” – com 23 sonetos mostrando o que é ser mulher. Respondi com uma observação crítica para o Brasil de hoje: “Tá faltando é ser Homem.”

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

País de surpresas

No Brasil os acontecimentos conseguem andar mais rápido que...

Na nossa cara

Quem chegou ao Brasil pelo aeroporto de Guarulhos na...

Segurança federal ?

O Presidente Lula talvez tenha querido desviar as atenções...

Lições municipais

Consolidou-se no segundo turno a força do centro-direita que...
PUBLICIDADE