Na capital do país, partidos que integram o governo do PT no Distrito Federal estão caindo fora. Já saíram o PDT e o PPS e agora sai o PSB. Partidos são grupos políticos de pessoas unidas pelas mesmas idéias e objetivos e com uma doutrina. Aqui no Brasil a doutrina e a ideologia são tão secundárias que nem mesmo os eleitores de um partido conseguem descobrir quais sejam. Na verdade, o que têm unido os políticos de um partido são interesses na divisão do poder, que se traduz por um loteamento do estado, do que é público, de olho em vantagens pessoais, que vêm como consequência das conquistas do grupo.
O que se passa em Brasília é uma amostra do Brasil. Supostamente os do PPS são comunistas, os do PDT são trabalhistas, os do PSB são socialistas, que professam as doutrinas do comunismo, do trabalhismo e do socialismo. Mas muitos nem sabem o que é isso. Tenho saudades dos tempos em que os políticos e seus seguidores, os militantes partidários, tinham até cara, phisyque du rôle, de PTB, UDN e PSD. Hoje ninguém se distingue por suas preferências partidárias. Até o PT ficou igual, com a contaminação sofrida no poder. Não se distinguem humanos de porcos, como George Orwell constatou ao fim de A Revolução dos Bichos.
Aqui na capital se revela o retrato de grupos que subiram ao poder por cargos e vantagens e agora vão desembarcando de uma nau que afunda, com os olhos voltados para as eleições de 2014. Cedo demais o desembarque, antecipado por fracassos administrativos de governo e desgaste sério advindo de decisões do Supremo e mais descobertas da Polícia Federal. Até mesmo a presidente da República, oriunda do PDT gaúcho, estaria sentindo o desgaste imposto pela herança.
Uma aliança partidária, uma coalisão destinada a sustentar um governo, teria que ser formada pela convergência de objetivos e a semelhança de idéias. Mas o que acontece é um acordo de distribuição de cargos, um loteamento do Estado, que não pertence a partidos políticos mas ao povo da nação. Como a ocupação do poder é temporária, esses fisiológios tratam de se locupletar o mais rápido possível e envergonham o serviço público durante sua passagem. Como foram escolhidos por outros motivos que não o da competência, quem paga tudo é o contribuinte que recebe maus serviços públicos.