Está de volta o verde-e-amarelo, que sempre esteve em nossa bandeira desde a Independência. Só tivemos vermelho quando éramos submetidos a uma potência colonizadora. E está de volta o Ordem e Progresso, inscritos no centro do verde-e-amarelo na Proclamação da República. Está de volta a soberania, no Itamaraty, e os ossos do Barão do Rio Branco voltam a descansar em paz – já não nos submetemos ao atraso bolivariano. Está de volta o MEC, Ministério da Educação e Cultura, sem o marxismo que nunca deu certo em lugar nenhum. Está de volta o ensino civilizatório e não o retrocesso do primarismo. Estão de volta ao Ministério dos Transportes os portos e a aviação; de volta ao Ministério da Justiça os direitos de todos, em lugar da ditadura do politicamente correto, e de volta mais meios para a Polícia Federal combater corruptos. De volta o Gabinete de Segurança Institucional, com o General Etchegoyen para se contrapor ao General Stédile. De volta a preocupação com contas públicas equilibradas, de volta a transparência para os bancos públicos. De volta o pragmatismo moderno em lugar da ideologia ultrapassada. Está de volta a Língua Portuguesa – o que assumiu não é um presidento. De volta o respeito às instituições e ao livrinho. De volta a esperança.
A presidente afastada saiu denegrindo a imagem do país. Convocou correspondentes para contar que somos uma república-de-bananas; deu entrevista em Nova Iorque dizendo isso; tratou de difundir nos governos estrangeiros a versão estapafúrdia de que estava havendo um golpe, uma fraude, praticada pelo Supremo e pelos representantes do povo. Um golpe em que ela viaja para os Estados Unidos e deixa em seu lugar o vice “golpista”. Seria risível se não estivesse cometendo uma lesão à imagem do país. Virou página triste da História, um modelo explícito de governo que combinou o binômio incompetência-corrupção – que é substituído pelo óbvio Ordem-e-Progresso.
Ter dado um basta no binômio incompetência-corrupção foi decisivo. O país se livrou, mais uma vez, por suas próprias forças, da ameaça do abismo. Mas também é importante o que virá. Os votos que elegeram Dilma foram os mesmos votos que elegeram Temer. E os votos dos representantes do povo e dos estados, seguindo votos do Supremo Tribunal Constitucional, corrigiram o rumo torto, depois que milhões de brasileiros, no exercício direto de democracia direta, foram às ruas exigir, como em outras vezes, um basta no desgoverno e na corrupção. Somente numa democracia tira-se assim um governo inepto. Fora disso, seria golpe.
Não foram apenas os mesmos votos. Os partidos no poder no governo Temer, à exceção do DEM e do PSDB, são os mesmos PMDB, PR, PP e PSD que apoiaram Lula e Dilma. O Ministro da Fazenda é o mesmo com que Lula sonhava para Dilma. Sarney Filho, Helder Barbalho, Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Gilberto Kassab, Henrique Eduardo Alves, Romero Jucá, integravam o governo Lula ou o governo Dilma. Por isso, alguns ainda terão que responder à Lava-Jato. Só saiu o PT. E entraram dois representantes do PSDB e do DEM. Mas significou uma guinada e uma freada. Foi, como eu ouvi no dia em que completei 15 anos, em 11 de novembro de 1955: “a volta aos quadros constitucionais vigentes” – uma frase sobre volta que entrou na história contemporânea brasileira.