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A vassoura de Dilma

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Lula já foi crítico do liberalismo; mas na prática aperfeiçoou a política neoliberal de FHC. E na administração em geral pôs em prática, literalmente, a palavra-de-ordem do liberalismo: laissez faire, laissez passer(deixa fazer, deixa passar). Dilma, ex-guerrilheira, mantém a política econômica liberal mas, na administração, prefere o grito da Pasionaria comunista da Guerra Civil Espanhola: no pasarán!(não passarão). À leniência de deixar fazer e deixar passar tudo, responde com o pulso forte da autoridade. O Brasil precisa disso.

Mandou o Itamaraty ter mais austeridade na concessão de passaporte diplomático; só para quem vai, realmente, representar o povo brasileiro no exterior, em missão oficial. Nada de deputado em excursão a casinos de Las Vegas com passaporte vermelho. E nada de segredo: divulgação, como manda a Constituição, pelo Diário Oficial sobre as concessões de visto diplomático. Avisou os ministros de que jatinho por conta do dinheiro do povo, só a trabalho. Fim-de-semana em casa é por avião comercial.

E pontualidade no trabalho. Com despacho marcado com a presidente para 8h30m de segunda-feira, melhor voltar – de avião comercial – no domingo para Brasília. E chegar à ante-sala do gabinete presidencial com antecedência, mesmo na sexta-feira, fim de tarde.. E desligar o celular antes do despacho. Com a tragédia na serra fluminense, ela fez a primeira viagem e manteve-se discreta, longe do palanque. Neste aniversário de São Paulo, estava ao lado do governador e do prefeito, ambos de oposição. Na quinta, vai ao Rio Grande, seu estado adotivo. Para inaugurar uma usina – não lançar uma pedra fundamental, como tanto fez o antecessor. Uma usina em que ela, como secretária e ministra, teve grande participação. E no domingo faz a primeira visita internacional, justamente ao primeiro-vizinho, a Argentina.

Até o ex-presidente FHC rendeu-se ao estilo: "É cedo para julgar, mas acho que o estilo é mais tecnocrático, mais discreto, menos de showman exagerado" – disse a O Globo, numa comparação com Lula. Enquanto o PMDB carioca se debate por manter o controle sobre a estatal Furnas, que já deu lucro e dá prejuízo sob administração politiqueira, Dilma avisou que quer uma solução técnica. Ela deve estar com a paciência por um fio com a fome orçamentária de peemedebistas, como o carioca Eduardo Cunha em relação a Furnas.

Avisou que quer o governo afinado com o mesmo discurso – certamente o da Chefe. O Ministro do Trabalho já desafinou no salário mínimo – ela deve estar por conta com o ministro e as centrais sindicais que insistem em impossíveis 580 reais. Como deve estar de olho no Ministro da Educação, que manteve a pedido de Lula e ofereceu mais uma confusão em seleção nacional. Em consequência, Dilma mandou demitir o presidente do INEP. Ela falou em severidade contra a droga e o Secretário de Política sobre Drogas pregou alívio para o pequeno traficante. Foi catapultado do governo. Ela não deveria estar gostando do avião francês, falou com Lula e adiou a escolha dos caças. Será o vigor de vassoura nova? A vassoura de Jânio Quadros começou assim. Não se manteve. Que ela consiga varrer com vigor por quatro anos. É muita sujeira, inclusive embaixo do tapete.

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