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À Matroca

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Um amigo mais vivido e mais experiente do que eu me escreve para demonstrar que o país está à matroca. Começa afirmando que “nada justifica a falta de ordem, nem mesmo a democracia”. E acerta na mosca. “A violência aumenta, a criminalidade está fora de controle, a corrupção campeia em todos os níveis, a segurança é ineficiente, o serviço de saúde pública está à beira da falência e a educação sujeita aos avanços da permissividade.” – constata ele. “A ineptocracia que se instalou no país, faz com que tenhamos altos índices de assaltos, roubos, sequestros, furtos, homicídios, latrocínios, estupros, quebra-quebras, vandalismos e todo tipo de crimes. Todos os dias, ônibus e outros carros são queimados. A situação carcerária é um absurdo.”

Há ainda as invasões, a destruição de bens públicos e privados, os sem-terra, os sem-teto, os índios, que embora nasçam no Brasil não são considerados brasileiros, o tráfico de drogas, de armas e de mulheres. Há os imigrantes clandestinos. O governo dá guarida a criminosos internacionais condenados. A lei protege o bandido menor de idade. O sistema judiciário é lento, intrincado e permissível a inúmeros subterfúgios processuais. Com isso, o bandido perdeu o respeito pela polícia. E o povo está perdendo o respeito pelas autoridades, pelos governantes e pelos políticos, já que esses só pensam em politicagem para se eleger. E está perdendo a paciência. – é o que constata meu sábio amigo.

Há muita gente confundindo democracia com bagunça. Esquecem o dístico da bandeira: “Ordem e progresso”. Ordem vem em primeiro lugar e é condição para o progresso. A bagunça afugenta investidores e até brasileiros que, aos milhões, estão preferindo férias no exterior, mais seguro e mais barato. Os políticos e governantes parece que estão vivendo numa redoma, apartados do Brasil real. Tanto que a prioridade no Congresso, neste ano quase nulo por causa de carnaval, Copa e eleições, não inclui a preservação da vida dos brasileiros, ameaçada diariamente pelo banditismo e a desordem. Ninguém tem coragem de mudar as leis penais, inclusive para acabar com a casta de inimputáveis – os bandidos com menos de 18 anos.

Dizem que só o voto é a solução – e estamos num ano eleitoral. Mas o voto tem sido problema, e não solução. E ainda que se queira solução pelo voto, a lista de candidatos é medíocre, não deixando opção para quem quiser eleger o capaz, o apto, a honesto, o altruísta. Mas não há solução fora do voto, ainda que possam sonhar com ela. E quem quiser mudar o país, que comece por si e pelo seu ambiente de influência. Ou continuamos ladeira abaixo, à matroca, como lembra meu amigo.

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